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Biólogos da Austrália descobrem o peixe mais velho dos recifes tropicais


 Um pargo de mais de 80  anos foi descoberto por biólogos do Instituto Australiano de Ciências Marinhas (AIMS, na sigla em inglês) em Rowley Shoals, grupo de corais próximo à costa noroeste da Austrália. Os pesquisadores apontam que esse é o mais velho peixe já encontrado em recifes tropicais ao redor do mundo.
 
O grupo de cientistas liderado pelo biólogo Brett Taylor também encontrou um robalo vermelho de 79 anos e 11 peixes sexagenários nos corais australianos. Os achados foram divulgados na publicação científica Coral Reefs.
 
"Até agora, o peixe mais velho que havíamos encontrado em águas tropicais rasas tinha cerca de 60 anos. Identificamos duas espécies diferentes aqui que se tornarão octogenárias ou que ficarão até mais velhas", explicou Taylor em um comunicado.
 
O pesquisador acrescentou: "Este peixe sobreviveu à Grande Depressão e à Segunda Guerra Mundial; ele viu os Beatles dominarem o mundo e foi coletado em uma pesquisa depois do Nirvana surgir e acabar. É incrível que um peixe tenha vivido num recife de coral mais de 80  anos".
 
Cientistas podem determinar a idade dessas criaturas marinhas a partir de estruturas presentes no aparelho auditivo delas. Chamadas de otólitos, essas concreções têm faixas de crescimento semelhantes aos anéis dos troncos das árvores.
 
Taylor e sua equipe estão estudando peixes em mares de diferentes temperaturas médias localizados em diversos pontos geográficos. A esperança deles é que a sua pesquisa ajude a ciência a entender como o comprimento e a idade desses animais podem ser afetados pelas mudanças climáticas.
 
“Falamos sobre a mudança climática ser algo no futuro, mas esses peixes de 80 anos viram uma grande elevação da temperatura [no oceano] ao longo de suas vidas”, Taylor afirmou ao jornal britânico The Guardian.
 
“O ponto principal é entender como a temperatura afeta o crescimento e a expectativa de vida dessas espécies. Em 2100, não acho que teremos mais pargos de 80 anos", adicionou.
Por Revista Galileu
Foto: Divulgação