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Brasil monitora casos de Doença de Haff


O Ministério da Agricultura informa que está investigando e monitorando casos de doença de Haff, mais conhecida como “urina preta”, através de equipes de epidemiologia do Ministério da Saúde em cooperação com os Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA/RS) e o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC).
 
O Mapa orienta que a população fique atenta na hora de comprar pescados, de forma geral. Peixes, mariscos e crustáceos comercializados devem conter o selo dos órgãos de inspeção oficiais. Os produtos identificados pelo carimbo de inspeção na rotulagem possibilitam a rastreabilidade de sua origem, o que os torna seguros.
 
 
Pesquisas sobre os possíveis agentes causadores estão sendo realizadas pelo LFDA e o IFSC, a partir das amostras coletadas dos alimentos consumidos, bem como de material biológico dos próprios pacientes acometidos. Por ter sido registrada em diversos biomas (rios, lagos, mares etc.) e espécies, não é possível, até o momento, determinar, com base nos casos analisados, os ambientes e animais envolvidos.
 
Com base nas análises preliminares, as equipes laboratoriais realizaram uma ampla pesquisa de amostras em busca de moléculas suspeitas, especialmente dos grupos das palytoxinas e ovatoxinas, apontadas como as mais prováveis toxinas causadoras doença de Haff.  São moléculas análogas - podem ser produzidas por microalgas tóxicas -  e estão presentes na maioria dos aquários marinhos.
 
A doença de Haff ainda não tem causa definida e se caracteriza por ser uma síndrome em que ocorre uma rabdomiólise (ruptura de fibras musculares), com início súbito, apresentando rigidez, dores musculares e alterações de enzimas. Os primeiros sinais e sintomas podem se manifestar nas primeiras 24 horas após o consumo de peixe cozido, lagostins e outros frutos do mar contaminados. A enfermidade é considerada emergente e, por ter origem desconhecida, enquadra-se como evento de saúde pública (ESP), sendo considerada de notificação compulsória.
 
No Brasil, foram registrados casos da doença em 2008 com algumas espécies de água doce como o Pacu (Mylossoma spp), tambaqui (Colossoma macropomum) e pirapitinga (Piaractus brachypomus), bem como peixes de água salgada, como a arabaiana/olho-de-boi (Seriola spp.) e badejo (Mycteroperca spp), além de novos casos em 2016 e, agora, em 2021.
 
Por meio de nota a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), entidade de âmbito nacional que reúne os diversos elos dessa importante cadeia produtiva de proteína animal saudável e de alta qualidade, esclarece que:
 
"Tilápia e tambaqui criados profissionalmente, em cativeiro e com toda a segurança, não provocam a Síndrome de Haff em seres humanos. O pesquisador Roger Crescêncio, da Embrapa Amazônia Ocidental, informa que não há nenhum registro de caso da doença que tenha como origem os peixes de cultivo.
 
A ciência comprova que a Síndrome de Haff pode ser causada pela ingestão de peixes contaminados, de origem desconhecida e que não foram criados em ambiente controlado. A piscicultura é industrial e verticalizada, seguindo a legislação e as boas práticas. A tilápia e o tambaqui são criados em água doce, com total rastreabilidade. As empresas produtoras utilizam rígidos protocolos sanitários e de bem-estar animal, conferindo aos peixes de cultivo status de alta segurança alimentar.
 
Peixe de cultivo é gostoso, saudável e seguro. A Peixe BR recomenda aos consumidores dar preferência a peixes de origem conhecida e que tenham sido criados em ambientes controlados", conclui.
Por: AGROLINK -Eliza Maliszewski
Foto: Divulgação