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​O impacto da conversão alimentar nas margens do piscicultor


Conquistando papel de destaque nos últimos anos como uma importante fonte de proteína animal no País, a piscicultura brasileira vem suprindo a crescente demanda por alimentos e impulsionando a economia.
 
Contudo, a atividade ainda enfrenta alguns desafios – um deles é o custo de produção, que tem um papel crucial na viabilidade e competitividade do setor. A necessidade de oferecer um produto de qualidade, garantir crescimento eficiente dos peixes e adotar práticas sustentáveis envolvem custos que podem impactar significativamente a rentabilidade das atividades aquícolas.
 
Nessa perspectiva, compreender os fatores que influenciam o custo de produção na piscicultura brasileira torna-se essencial para o desenvolvimento contínuo e bem-sucedido dessa importante cadeia. E a ração destinada aos animais é o item de maior impacto, responsável por imobilizar boa parte da receita advinda da comercialização dos peixes.
 
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Dados levantados nos painéis de tilapicultura em Minas Gerais, realizados pelo Projeto Campo Futuro (CNA/Senar), apontam que os dispêndios com ração responderam por mais de 65% dos desembolsos diretos inerentes à atividade.
 
Diante disso, optar por ração mais barata na piscicultura pode ser uma decisão tentadora para reduzir os custos de produção a curto prazo. Mas, essa escolha nem sempre é vantajosa e pode trazer consequências negativas para o empreendimento. A qualidade nutricional das rações deve ser prioridade, apesar de, na maioria das vezes, apresentarem custo mais elevado.
 
Para não comprometer as margens do produtor, é importante a adoção de práticas de manejo que otimizem a utilização do alimento pelos animais. O fornecimento de ração aos peixes deve estar em consonância com a temperatura da água, tamanho e fase produtiva do animal, parâmetros de qualidade da água, além da experiência do piscicultor quanto ao manejo alimentar mais adequado.
 
Além disso, é importante que o piscicultor registre a quantidade de ração fornecida e a produção de biomassa, a fim de analisar a eficiência produtiva da atividade como um todo – e um dos fatores capazes de medir essa eficiência é a conversão alimentar (CA).
 
A CA descreve a eficiência com que os peixes transformam o alimento consumido em ganho de massa corporal (peso vivo), ou seja, é a quantidade de ração fornecida ao peixe capaz de gerar 1kg de peso vivo.
 
 
Assim como ocorre em outras atividades, ração é um dos principais componentes do custo de produção na aquicultura (Foto: reprodução)
Uma baixa conversão alimentar indica que os peixes estão aproveitando bem a ração, convertendo-a em crescimento corporal de forma eficiente. Por outro lado, uma conversão alimentar elevada significa que uma quantidade maior de ração é necessária para obter o mesmo ganho de peso, aumentando os custos de produção.
 
Ao adotar um manejo adequado, os piscicultores podem otimizar a conversão alimentar, reduzir custos operacionais, maximizar a produção, além de minimizar o impacto ambiental, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da piscicultura. Além disso, uma produção mais eficiente também aumenta a competitividade do setor no mercado, fortalecendo a economia.
 
É importante considerar que a eficiência alimentar pode ser influenciada por diversos fatores, como a espécie de peixe, as condições de cultivo, o manejo e a qualidade da ração utilizada, além de outros fatores inerentes à atividade. Por isso, nem sempre é possível atingir a conversão alimentar ideal, especialmente em condições adversas de criação.
 
Portanto, diante desses desafios de equilibrar os custos de produção com a obtenção de uma conversão alimentar satisfatória, é importante que os piscicultores busquem constantemente aprimoramento de suas práticas de manejo, além do investimento em pesquisas e tecnologias que favoreçam a eficiência do sistema de produção.
 
A busca por um melhor equilíbrio entre a eficiência alimentar e os custos é essencial para a sustentabilidade, viabilidade e competitividade da piscicultura nacional. Leia a publicação completa sobre este estudo no site da CNA.
 
Fonte: CNA, adaptado pela equipe Feed&Food
Foto: Divulgação