As perdas e prejuízos em diversos pesqueiros no Brasil durante esse inverno foram grandes. O frio chegou de forma intensa e rápida, pegando todos de surpresa e causando estragos para quem vive da pesca esportiva.
 
Na maioria dos casos, os proprietários não conseguiram se organizar a tempo e foram surpreendidos pelas frentes frias que mudaram os planos de todos. Em algumas situações, as perdas foram, até mesmo, irreparáveis.
 
No caso do pesqueiro Arujá, na cidade de mesmo nome, no estado de São Paulo, a situação foi um pouco diferente. Sim, o prejuízo também aconteceu para eles, que sentiram na pele a perda de belos exemplares para o frio extremo.
 
Mas eles conseguiram encontrar uma solução a tempo. Quando as perdas começaram a ser percebidas, o proprietário Marco Antonio Corsini teve a ideia de levar algumas espécies dos lagos para uma estufa, para manter a temperatura ideal para a vida e o bem estar dos peixes.
 
 
Com isso, a cada peixe capturado no pesqueiro, ao invés do pescador fazer a soltura no próprio lago, como de costume, era feita a soltura no tanque da estufa.
 
A atitude acabou salvando a vida de 60 exemplares do local, que ficaram meses aquecidos e protegidos das baixas temperaturas que fez na cidade durante a estação mais fria do ano.
 
"Conseguimos salvar esses 60 animais, mas a vida para eles é melhor dentro dos lagos do pesqueiro. O tanque da estufa, infelizmente, não é grande e como o frio já passou, a oxigenação não é natural e acabo trocando muito a água... É melhor para eles voltarem, o quanto antes", explicou Marco.
 
Hoje, foi feita a devolução dessas espécies para o lago novamente. Como a temperatura da água está em 21 graus e meio, podendo chegar a 22 graus, os peixes já podem voltar ao local que estavam acostumados.
 
Apesar do tanque de estufa ter sido essencial nesse processo, devolvê-los ao lago é uma atitude que deixa muito feliz e satisfeitos todos os apaixonados pelo local e pela pesca esportiva.
 
"É muito gratificante ver eles voltando para a água do lago. Lá eles têm espaço e vão poder voltar a ser atrações do pesqueiro, também. Nos faz bem ver essa cena, ficamos muito felizes!"
 
 
Com mais de 700 mil metros quadrados, o pesqueiro é muito visitado em São Paulo, já que fica a apenas trinta quilômetros da Marginal Tietê, principal avenida expressa da capital paulista.
 
Como o pesqueiro fica entre a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira, no Vale do Paraíba, acaba sendo uma região mais fria e no inverno acaba sofrendo com as temperaturas mais baixas.
 
Segundo o proprietário, o local conta com cerca de 1,2 toneladas de peixes de mais de 20 quilos. Eles têm peixes como jundiá, pintado, pacu, patinga, tantinga, tambaqui e pirararas de 50 quilos, além de muitos outros exemplares.
 
Para salvar essas espécies do frio do ano que vem, a ideia é fazer o transporte delas para a estufa, novamente. Porém, dessa vez, com a possibilidade de ampliação.
 
"A solução para o ano que vem talvez seja ampliar a área da estufa. O que temos hoje de estufa veio com a área, quando eu a comprei em 1988. É pequena, mas ajudou muito. Se eu tivesse mais estufa ou se ela fosse maior, eu teria salvado mais exemplares", disse.
 
 
O pesqueiro está aberto toda quinta, sexta, sábado, domingo e segunda, das 7 da manhã até as 18 horas. Nas terças e quartas, o local é fechado para manutenção.
 
Para o caso de hospedagem, o local possui kitnets para três pessoas, suite para casal e quarto simples. A diária inclui café da manhã, uma pescaria noturna e uma diurna, para cada hóspede.
 
O Pesqueiro Arujá fica na estrada dos Canjicas, 980, em Peninha, Arujá-SP.
Por Marcelo Telles/ Fish TV
Foto: Arquivo Pessoal/Marco Corsini