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​Publicação da Embrapa disponibiliza informações sobre peixes ornamentais


Uma atividade que caiu no gosto do brasileiro há um bom tempo, mas sobre a qual ainda não existiam muitas informações técnicas organizadas e sistematizadas. De forma genérica, assim pode ser citada a piscicultura ornamental no país. Para começar a mudar esse cenário, a Embrapa está lançando o primeiro volume do livro Peixes Ornamentais no Brasil. Dessa vez, o foco é em mercado, legislação, sistemas de produção e sanidade.
 
Os editores técnicos são os pesquisadores Fabrício Rezende, da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas, TO), e Rodrigo Fujimoto, da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE). “Com apoio de especialistas de renome nacional, traçamos a meta de elaborar um material técnico organizado que trouxesse experiências práticas de forma abrangente para atender a uma demanda recorrente do setor de peixes ornamentais e aquariofilia. A publicação em formato de e-book gratuito foi pensada para dar maior capilaridade e facilitar o acesso aos potenciais empreendedores, técnicos e interessados na temática a partir de um clique”, contextualiza Fabrício. 
 
Em 2016, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) divulgou levantamento sobre a população de pets no Brasil e no mundo. Os dados referem-se a 2014 e indicam que, no país, eram 18 milhões de peixes nesse segmento. Atrás de: gatos, com 22,1 milhões; aves, com 37,2 milhões; e cães, com 52,2 milhões de animais. Naquele ano, no mundo haviam 655,8 milhões de peixes no segmento de pets, sendo a espécie mais criada como animal de estimação. No Brasil, o principal polo de piscicultura ornamental é a Zona da Mata mineira.
 
Fabrício traça o seguinte panorama: “o setor de peixes ornamentais e aquariofilia vem crescendo no Brasil desde os anos 1990 e vem sendo acompanhado pela profissionalização dos piscicultores que utilizam técnicas cada vez mais eficientes e incrementam qualidade ao peixe comercializado”. Segundo ele, “os piscicultores com maior experiência e tecnificação dos sistemas de produção conseguem disponibilizar novidades ao mercado de aquariofilia a custos cada vez mais competitivos. A atividade exige piscicultores com forte senso de observação, que por terem espírito de empreendedor conseguem, de forma empírica, aprimorar as técnicas produtivas e realizar a seleção de padrões interessantes para o mercado”.
 
O livro que está sendo lançado tem 300 páginas e divide-se em quatro capítulos: O comércio de organismos aquáticos ornamentais; Legislação brasileira aplicada à aquicultura e comercialização; Sistemas e infraestrutura de produção; Sanidade. Ao todo, são 18 autores de diversas instituições, como universidades do Brasil e do exterior e representantes do setor privado.
 
Sanidade: Com edição do pesquisador Rodrigo Fujimoto, o capítulo sobre sanidade tem a participação de Marcos Tavares-Dias, Fabiana Pilarski, Patricia Oliveira Maciel, Katina Roumbedakis, Maurício Laterça Martins e Pedro Henrique de Oliveira Viadanna e traz ampla caracterização das principais doenças que causam impactos relevantes na produção de peixes ornamentais no Brasil.
 
De acordo com os autores, a maioria das doenças decorre do desequilíbrio da relação hospedeiro-patógeno-ambiente. Mas nem sempre essas enfermidades são causadas diretamente por um agente patogênico, como um parasito, bactéria, vírus ou fungo, e sim pelas condições inadequadas de manejo, qualidade da água, genética dos peixes, entre outros fatores.
 
Rodrigo destaca que a intensificação dos sistemas de criação, a busca por maior produtividade, o despreparo de algumas lojas de aquariofilia na manutenção dos peixes e a inexperiência dos consumidores ocasionam surtos de enfermidades, prejudicando o setor em toda a cadeia produtiva.
 
O capítulo apresenta os principais comportamentos dos peixes ornamentais e doenças infecciosas que os acometem, com descrição dos seus sinais clínicos, sua profilaxia e seu tratamento. Os especialistas ressaltam que a prevenção é imprescindível nos sistemas de produção, visando à melhora do manejo, à nutrição, ao transporte dos peixes, à qualidade de água, ao monitoramento da saúde e ao controle de patógenos. Assim, o piscicultor deve estar atento às medidas profiláticas da criação, além da aclimatação, quarentena e medidas terapêuticas.
 
Serviço:
 
Publicação: primeiro volume do livro Peixes Ornamentais no Brasil – foco em mercado, legislação, sistemas de produção e sanidade; os demais volumes deverão tratar de reprodução de espécies de água doce e marinhas, melhoramento e etapas do processo de seleção de padrões, técnicas de produção de organismos alimento, qualidade de água, alimentação e transporte
 
Onde encontrar: gratuitamente clicando em: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1133452/peixes-ornamentais-no-brasil-mercado-legislacao-sistemas-de-producao-e-sanidade
 
Por  Clenio Araujo/Embrapa Pesca e Aquicultura
Foto: Fabrício Rezende