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Alga marinha na dieta de bovinos pode reduzir até 80% da emissão de gás metano


Os bovinos são considerados a principal fonte agrícola de emissão de gases do efeito estufa. Nos Estados Unidos, por exemplo, a agricultura é responsável por 10% das emissões de gases do efeito estufa, e metade delas vem de boi e outros ruminantes que têm o gás metano como subproduto da digestão.
 
Nesse sentido, pesquisadores da Califórnia testaram a adição de uma macroalga marinha (Asparagopsis taxiformis) na alimentação do gado de corte confinado e tiveram um resultado supreendente. Os animais que receberam as algas na alimentação emitiram 82% menos gás metano do que o grupo controle, alimentados com dieta sem a adição de algas. Além disso, o grupo que recebeu A. taxiformis na dieta, se alimentou tanto quanto o grupo controle, obtendo o mesmo peso ao final dos cinco meses de estudo.
 
Esse resultado foi possível uma vez que a alga estudada é antimetanogênica, ou seja, capaz de inibir a produção de gás metano. Estudos in vitro já comprovavam a alta eficiência da A. taxiformis na inibição do CH4, e agora, também fica comprovado em um estudo in vivo de longa duração.
 
 
Quanto ao sabor, nada de carne com gosto de algas, afirmam os pesquisadores. Testes semelhante com gado leiteiro também mostrou que as algas não afetaram o sabor do leite.
 
É um grande passo para uma produção de carnes, leite e derivados, de forma mais sustentável.
 
Contudo, a alga utilizada, A. taxiformis, ainda não tem um sistema de cultivo consolidado. Sua principal fonte é do processo de extração. Assim, como “próximos passos” os autores recorrem a aquicultura, colocando o cultivo da macroalga como um desafio a ser batido para poder aplicar o estudo em grande escala. Esse desafio, inclusive, pode também ser brasileiro, uma vez que esta macroalga é distribuída em regiões tropicais do oceano, com ocorrência no Brasil, de acordo com o AlgaeBase.
 
Fonte: PlosOne
Foto: Divulgação