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Alpha Fish projeta investimento de R$ 500 milhões na produção de tilápia no PR
Com investimentos previstos de R$ 500 milhões nos próximos cinco anos e estimativa de faturamento de R$ 1,2 bilhão ao ano assim que o projeto atingir capacidade total, a Alpha Fish inaugurou oficialmente em novembro sua estrutura para produção de tilápias em tanques-rede em São Jorge D’Oeste, no sudoeste do Paraná.
O empreendimento está instalado em reservatórios da Usina Hidrelétrica de Salto Osório, no Rio Iguaçu.
“Estamos estudando e trabalhando nesse investimento há mais de 12 anos, o que resultou em um plano de negócios que prevê atuação na cadeia inteira de produção da tilápia, passando pelos insumos, alevinos até o aproveitamento de carcaça, pele e colágeno”, conta o diretor-presidente da Alpha Fish, Gilson Tedesco, em entrevista à Globo Rural.
Tedesco, que atua também no ramo de tecnologia, afirma que a perspectiva de demanda pela proteína e a disponibilidade do lago o levaram a decidir pelo investimento. “Há falta de peixe no mercado nacional e, em pouco tempo, haverá disputa mundial pela compra de proteína”, analisa o empresário.
A Alpha Fish começou a operar em 2021 e recebeu a outorga do Ministério da Agricultura e Pecuária para explorar um milhão de hectares de água em 12 áreas do lago da usina, com expectativa de produção de 30 mil toneladas de tilápia até 2030.
O investimento, até o momento, chegou a R$ 30 milhões. Segundo Tedesco, parte do aporte previsto, de R$ 500 milhões, deve ter como origem capital próprio e o restante, linhas de financiamento bancário.
A instalação da primeira área acaba de ser concluída e a empresa avança para a implantação da segunda, que vai elevar a produção de 1,2 mil toneladas por ano para 6,6 mil toneladas/ano, o que equivale a 22% da capacidade prevista.
O empreendimento inclui um píer, que é a unidade de recria e engorda dos peixes, e tem 170 tanques em funcionamento. A previsão é chegar a 480 tanques em 2024. A estrutura completa prevê 3.750 tanques-rede nas 12 áreas de exploração.
Paralelamente, a Alpha Fish instalou o sistema bioflocos, dedicado à etapa de cria. Os bioflocos são partículas orgânicas que ficam suspensas na água e formam um pequeno ecossistema com uma série de organismos.
Utilizado geralmente para a criação de camarão, a tecnologia será aplicada na alimentação das larvas de tilápia para a produção de alevinos. Ao mesmo tempo que servem de alimento, elas ajudam a filtrar as impurezas da água.
Entre as vantagens do sistema, segundo Tedesco, estão o custo menor com ração e o aumento da imunidade do peixe, que ganha robustez e redução da mortalidade nos tanques-rede.
O projeto também prevê a instalação de um frigorífico, em 2025, e uma fábrica de farelo. Com o frigorífico em operação, a meta será o mercado internacional. Tedesco já recebeu importadores dos Emirados Árabes interessados no produto e está em contato com empresários dos Estados Unidos.
Além da outorga do Ministério da Agricultura, o cultivo no reservatório da usina tem anuência da Marinha e da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e licenças ambientais emitidas pelo Instituto Água e Terra (IAT).
A Alpha Fish integra a Associação dos Produtores dos Lagos do Iguaçu, que congrega cinco empresas ao todo. Segundo Tedesco, a produção conjunta atinge em torno de 10.000 toneladas/ano. A projeção dos piscicultores é ampliar investimentos e produção, podendo atingir 80.000 toneladas/ano nos próximos anos.
A expectativa da Alpha Fish é gerar até 1,6 mil empregos diretos quando todas as unidades estiverem em funcionamento, além de envolver uma cadeia de fornecedores com mais de 6 mil pessoas.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Engie Brasil, concessionária da Usina de Salto Osório até abril de 2031, informou à reportagem que “qualquer atividade ligada aos usos múltiplos dos reservatórios são orientadas através do Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatórios Artificiais (Pacuera)”, assim como “cabe a cada agente desenvolver seu próprio plano de mitigação e compensação ambiental”.
O Paraná é o Estado que lidera a produção de peixes no Brasil, com 22,5% do total nacional. Segundo dados da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), das 860.355 toneladas de peixes produzidas no país em 2022, 194.100 toneladas foram provenientes do Paraná, 3,2% acima do ano anterior. Da produção paranaense, mais de 95% é de tilápia. O segundo Estado produtor foi São Paulo, com 83.400 toneladas no ano.
Por Carolina Mainardes — Ponta Grossa (PR) – Globo Rural
Foto: Divulgação
O empreendimento está instalado em reservatórios da Usina Hidrelétrica de Salto Osório, no Rio Iguaçu.
“Estamos estudando e trabalhando nesse investimento há mais de 12 anos, o que resultou em um plano de negócios que prevê atuação na cadeia inteira de produção da tilápia, passando pelos insumos, alevinos até o aproveitamento de carcaça, pele e colágeno”, conta o diretor-presidente da Alpha Fish, Gilson Tedesco, em entrevista à Globo Rural.
Tedesco, que atua também no ramo de tecnologia, afirma que a perspectiva de demanda pela proteína e a disponibilidade do lago o levaram a decidir pelo investimento. “Há falta de peixe no mercado nacional e, em pouco tempo, haverá disputa mundial pela compra de proteína”, analisa o empresário.
A Alpha Fish começou a operar em 2021 e recebeu a outorga do Ministério da Agricultura e Pecuária para explorar um milhão de hectares de água em 12 áreas do lago da usina, com expectativa de produção de 30 mil toneladas de tilápia até 2030.
O investimento, até o momento, chegou a R$ 30 milhões. Segundo Tedesco, parte do aporte previsto, de R$ 500 milhões, deve ter como origem capital próprio e o restante, linhas de financiamento bancário.
A instalação da primeira área acaba de ser concluída e a empresa avança para a implantação da segunda, que vai elevar a produção de 1,2 mil toneladas por ano para 6,6 mil toneladas/ano, o que equivale a 22% da capacidade prevista.
O empreendimento inclui um píer, que é a unidade de recria e engorda dos peixes, e tem 170 tanques em funcionamento. A previsão é chegar a 480 tanques em 2024. A estrutura completa prevê 3.750 tanques-rede nas 12 áreas de exploração.
Paralelamente, a Alpha Fish instalou o sistema bioflocos, dedicado à etapa de cria. Os bioflocos são partículas orgânicas que ficam suspensas na água e formam um pequeno ecossistema com uma série de organismos.
Utilizado geralmente para a criação de camarão, a tecnologia será aplicada na alimentação das larvas de tilápia para a produção de alevinos. Ao mesmo tempo que servem de alimento, elas ajudam a filtrar as impurezas da água.
Entre as vantagens do sistema, segundo Tedesco, estão o custo menor com ração e o aumento da imunidade do peixe, que ganha robustez e redução da mortalidade nos tanques-rede.
O projeto também prevê a instalação de um frigorífico, em 2025, e uma fábrica de farelo. Com o frigorífico em operação, a meta será o mercado internacional. Tedesco já recebeu importadores dos Emirados Árabes interessados no produto e está em contato com empresários dos Estados Unidos.
Além da outorga do Ministério da Agricultura, o cultivo no reservatório da usina tem anuência da Marinha e da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e licenças ambientais emitidas pelo Instituto Água e Terra (IAT).
A Alpha Fish integra a Associação dos Produtores dos Lagos do Iguaçu, que congrega cinco empresas ao todo. Segundo Tedesco, a produção conjunta atinge em torno de 10.000 toneladas/ano. A projeção dos piscicultores é ampliar investimentos e produção, podendo atingir 80.000 toneladas/ano nos próximos anos.
A expectativa da Alpha Fish é gerar até 1,6 mil empregos diretos quando todas as unidades estiverem em funcionamento, além de envolver uma cadeia de fornecedores com mais de 6 mil pessoas.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Engie Brasil, concessionária da Usina de Salto Osório até abril de 2031, informou à reportagem que “qualquer atividade ligada aos usos múltiplos dos reservatórios são orientadas através do Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatórios Artificiais (Pacuera)”, assim como “cabe a cada agente desenvolver seu próprio plano de mitigação e compensação ambiental”.
O Paraná é o Estado que lidera a produção de peixes no Brasil, com 22,5% do total nacional. Segundo dados da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), das 860.355 toneladas de peixes produzidas no país em 2022, 194.100 toneladas foram provenientes do Paraná, 3,2% acima do ano anterior. Da produção paranaense, mais de 95% é de tilápia. O segundo Estado produtor foi São Paulo, com 83.400 toneladas no ano.
Por Carolina Mainardes — Ponta Grossa (PR) – Globo Rural
Foto: Divulgação