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No dia 1º de outubro, foi realizada na sede da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) a reunião do 2º Fórum da Aquicultura, grupo criado em 2017 reunindo entidades do setor público e privado.

Durante o evento, foi lançado o documento “Planejamento Estratégico em Agronegócios sobre o Setor de Aquicultura no Brasil e no Mundo”. O trabalho foi desenvolvido pela consultoria Sidera Consult por demanda da Agência e irá auxiliar o setor de aquicultura, o governo e a Apex-Brasil no trabalho de expansão da produção interna do setor voltada ao mercado externo. O próximo passo é o estabelecimento de um Projeto de Promoção Comercial do Setor junto às empresas produtoras de pescados e à principal entidade do setor, a Associação Brasileira de Piscicultura (PEIXE BR).

A ideia de elaboração de um planejamento estratégico surgiu durante o 1º Fórum da Aquicultura (2017), especialmente por uma necessidade de aumentar a participação brasileira no setor. Identificou-se, ainda em 2016, que a parcela brasileira no fluxo comercial mundial do setor de Pescados, que é o maior fluxo entre todos os setores de Agronegócio, era somente de 0,2% em um mercado de US$ 100 bilhões comercializados anualmente.

O estudo do Planejamento Estratégico compreendeu os subsetores de criação de peixes, camarões e mariscos. Esse documento analisa os gargalos na produção e na comercialização desses produtos, além de identificar as forças, as fraquezas, as ameaças e as oportunidades para a entrada de cada subsetor no mercado externo. Além disso, analisa o fluxo de comércio internacional, as barreiras sanitárias e fitossanitárias e as necessidades de investimentos em logística e em pesquisa & desenvolvimento (P&D) no setor.

O destaque é o mercado de peixes, em especial da tilápia, do tambaqui e do pirarucu, que têm o maior potencial de expansão comercial no mercado externo. O principal mercado para a tilápia, por exemplo, são os Estados Unidos (EUA), que tem como seu maior fornecedor do produto a China. No contexto da crise comercial entre os dois países, identificou-se uma janela de oportunidade de consolidação da tilápia brasileira no mercado norte-americano, o que requer investimentos em infraestrutura, em P&D, em tecnologia de produção e em logística no Brasil. O mercado estadunidense também é atrativo para os peixes amazônicos, considerados como iguarias, mas que requerem também maiores cuidados por serem peixes de criação mais delicada.

A consolidação de um Projeto Setorial específico para aquicultura será, portanto, fundamental para desenvolver estratégias e ações de integração do Brasil nas cadeias globais de valor de aquicultura. Os principais pontos a serem trabalhados pelo Projeto, juntamente com as entidades parceiras e o governo, serão: a modernização do marco regulatório; investimento em P&D para a produção comercial dos peixes nativos; investimento em tecnologia de intensificação da produção; e investimento em marketing setorial (posicionamento da imagem) – especialmente no caso da tilápia no mercado norte-americano.

Nesse sentido, a Apex-Brasil também organiza a participação brasileira na feira Seafood Expo North America, principal feira de pescado no mundo. A edição de 2020 acontecerá entre os dias 15 e 17 de março.