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Camarão de água doce é opção para ingresso na carcinicultura
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, através do Instituto de Pesca (IP-APTA) é frequentemente procurada por produtores rurais que desejam ingressar na criação de camarões em águas interiores, ou seja, distantes do litoral. Com as diversas pesquisas técnico-científicas realizadas no órgão estadual, é possível orientar esses interessados na melhor maneira de iniciar na carcinicultura, com destaque para os camarões de água doce, espécie mais cultivada nas criações do interior.
Conhecida como camarão-da-Malásia (macrobrachium rosenbergii), essa é a espécie de água doce mais difundida no mundo e a principal criada no Brasil, sendo uma alternativa viável para os que pretendem iniciar no ramo da carcinicultura, já que este é o camarão que geralmente é criado por pequenos e médios produtores que utilizam mão de obra familiar e complementam a renda com a atividade. De acordo com o pesquisador do IP, Marcelo Boock, a produtividade média alcançada, quando utilizados sistemas extensivos e semi-intensivos, é de 1000 a 1500 quilos/hectare a cada ciclo de produção, que dura seis meses. “Os investimentos e capital de giro nesses sistemas de produção são bem mais baixos quando comparados aos dos sistemas de produção de camarões marinhos. Além disso, devido à criação em baixa densidade, os camarões de água doce praticamente não apresentam problemas de doenças e os efluentes produzidos na atividade são menos impactantes, podendo ainda serem criados com baixa taxa de renovação de água”, destaca.
Sobre a diferença da carne da espécie de água doce para a de água salgada, Boock diz que existem sim diferenças, embora em termos nutricionais elas sejam muito semelhantes. “A ‘casca’ (exoesqueleto) dos camarões de água doce é mais espessa e, por isso, as formas de preparo de ambos diferem bastante. Em termos de sabor, ambos são bastante semelhantes, com muitas pessoas se referindo à carne do camarão de água doce como sendo mais ‘suave e delicada’, enquanto a do marinho como tendo um sabor mais ‘forte e pronunciado. Embora esses conceitos de sabor sejam muito subjetivos, é certo que as estratégias de comercialização devem levar em conta todos esses fatores, para que o consumidor não se decepcione ao consumir uma espécie achando que está consumindo outra”, relata o pesquisador.
Para Daniela Nomura, zootecnista e apresentadora do programa Aqua Negócios, é preciso estar atento a alguns detalhes na hora de iniciar a criação de camarões de água doce, que ela elencou nos tópicos a seguir:
-Programar para que os camarões não peguem o período frio, pois não suportam baixas temperaturas;
-Garantir que no viveiro não tenha peixes carnívoros intrusos, colocar telas ou filtros na entrada de água;
-Profundidade do viveiro entre 0,9 a 1,5m;
-Boa qualidade da água com oxigênio dissolvido acima de 4mg/l
-Verificar a disponibilidade de alimentação artificial (ração) ou optar pelo policultivo com peixe onívoro.
-Fornecedor de pós larvas de procedência
-Conhecimento básico sobre prevenção a doenças e medicamentos utilizados (disponibilidade na região)
Por Alison Mota – FishTV
Foto: Divulgação
Conhecida como camarão-da-Malásia (macrobrachium rosenbergii), essa é a espécie de água doce mais difundida no mundo e a principal criada no Brasil, sendo uma alternativa viável para os que pretendem iniciar no ramo da carcinicultura, já que este é o camarão que geralmente é criado por pequenos e médios produtores que utilizam mão de obra familiar e complementam a renda com a atividade. De acordo com o pesquisador do IP, Marcelo Boock, a produtividade média alcançada, quando utilizados sistemas extensivos e semi-intensivos, é de 1000 a 1500 quilos/hectare a cada ciclo de produção, que dura seis meses. “Os investimentos e capital de giro nesses sistemas de produção são bem mais baixos quando comparados aos dos sistemas de produção de camarões marinhos. Além disso, devido à criação em baixa densidade, os camarões de água doce praticamente não apresentam problemas de doenças e os efluentes produzidos na atividade são menos impactantes, podendo ainda serem criados com baixa taxa de renovação de água”, destaca.
Sobre a diferença da carne da espécie de água doce para a de água salgada, Boock diz que existem sim diferenças, embora em termos nutricionais elas sejam muito semelhantes. “A ‘casca’ (exoesqueleto) dos camarões de água doce é mais espessa e, por isso, as formas de preparo de ambos diferem bastante. Em termos de sabor, ambos são bastante semelhantes, com muitas pessoas se referindo à carne do camarão de água doce como sendo mais ‘suave e delicada’, enquanto a do marinho como tendo um sabor mais ‘forte e pronunciado. Embora esses conceitos de sabor sejam muito subjetivos, é certo que as estratégias de comercialização devem levar em conta todos esses fatores, para que o consumidor não se decepcione ao consumir uma espécie achando que está consumindo outra”, relata o pesquisador.
Para Daniela Nomura, zootecnista e apresentadora do programa Aqua Negócios, é preciso estar atento a alguns detalhes na hora de iniciar a criação de camarões de água doce, que ela elencou nos tópicos a seguir:
-Programar para que os camarões não peguem o período frio, pois não suportam baixas temperaturas;
-Garantir que no viveiro não tenha peixes carnívoros intrusos, colocar telas ou filtros na entrada de água;
-Profundidade do viveiro entre 0,9 a 1,5m;
-Boa qualidade da água com oxigênio dissolvido acima de 4mg/l
-Verificar a disponibilidade de alimentação artificial (ração) ou optar pelo policultivo com peixe onívoro.
-Fornecedor de pós larvas de procedência
-Conhecimento básico sobre prevenção a doenças e medicamentos utilizados (disponibilidade na região)
Por Alison Mota – FishTV
Foto: Divulgação