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​Ceará aumenta produção de atum e mira em exportação à UE


A produção cearense de atum, no primeiro semestre deste ano, alcançou 3.871 toneladas, o que leva a estimar que fechará 2021 com uma produção bem superior às 7.382 toneladas produzidas no ano passado de 2020. Os números foram destacados no Blog de Egídio Serpa, no Diário do Nordeste, na semana passada.
 
Com destaque para a exportação de atum no Ceará, a coluna informou que as atividades cearenses, de janeiro a junho de 2021, chegaram ao registro de 92 CAOLs (Certificado de Acreditação de Origem Leal). Cada CAOL equivale a um contêiner com capacidade de 25 toneladas.
 
O Estado exportou para o Equador 170 toneladas de lombo cozido congelado e 828,45 toneladas de atum eviscerado congelado. Para o Chile, foram exportadas 668,97 toneladas de atum enlatado congelado.
 
Embora o texto diga que todo o beneficiamento do atum é feito por “indústrias cuja maioria se localiza no município litorâneo de São Gonçalo do Amarante, onde está o Complexo do Pecém”, a única empresa com atuação específica com o produto é a Robinson Crusoé.
 
Já a captura do atum cearense é feita por uma frota de dezenas de barcos, muitos dos quais eram lagosteiros e foram transformados em atuneiros, o que para o colunista, "revela o futuro promissor dessa atividade no Ceará".
 
O Rastum
 
Já o Europa-Azul ressalta como o desejo do Brasil de exportar atum de qualidade das águas cearenses para o mercado europeu deu origem ao projeto Rastum, liderado pelo Observatório da Federação das Indústrias Federais do Ceará (FIEC), que atua junto ao Ministério da Economia.
 
Conforme a publicação, até poucos anos atrás, apesar da boa qualidade e abundância desse peixe no litoral cearense, o atum era um produto pouco explorado, mas agora se vislumbra uma cadeia produtiva efervescente com enorme potencial de crescimento.
 
Além de abastecer todas as regiões do Brasil, o atum cearense já é exportado para Chile, Uruguai e Argentina, e depois dos Estados Unidos, um mercado gigantesco que pode levar as exportações de atum a um novo patamar, vem o ambicioso projeto da UE.
 
A FIEC está trabalhando com institutos de pesquisa e universidades para criar um sistema integrado que possa apoiar negócios e reduzir as barreiras à exportação de atum. O projeto visa o desenvolvimento de soluções tecnológicas e a rastreabilidade das capturas.
 
Alguns dos pontos-chave são a digitalização e automação da indústria e sua cadeia produtiva, o fluxo, o valor e o diagnóstico do processo.
 
O projeto visa também abordar a baixa literacia digital de alguns pescadores, melhorando as suas competências, bem como informações sobre a sustentabilidade da atividade econômica e a qualidade do pescado. Assim, o projeto Rastum parte de baixo, dos pescadores, para prepará-los para os desafios do futuro por meio do treinamento.
 
De olho na UE
 
O assunto já havia chegado à imprensa no mês passado pelo portal do própria FIEC. Na ocasião, o CEO do grupo espanhol Robison Crusoe, Manuel Ramon Gonzalez Gago, conheceu o FIEC.
 
Manuel foi recepcionado pelo diretor de Inovação e Tecnologia da FIEC e Líder do Observatório, Sampaio Filho e pelo gerente do Observatório, Guilherme Sampaio. Também estiveram presentes o controller da empresa espanhola, Fernando Botelho e o representante da Categoria Econômica da Pesca da Diretoria da FIEC, Francisco Oziná Lima Costa.
 
No encontro, Manuel e Fernando conheceram as áreas de atuação do Observatório, em especial, o trabalho desenvolvido em parceria com o Ministério da Economia que buscar reduzir o Custo Brasil. Além de conhecerem o projeto Rastum.
 
O veículo destaca que a reunião foi fundamental para iniciar discussões sobre um trabalho em conjunto que pretende reinserir o atum cearense no mercado europeu. “A exportação não acontece hoje por conta de bloqueios na União Europeia. A gente vai entrar agora para conhecer quais são esses bloqueios. Aproveitar todo um trabalho que a gente está fazendo da redução do Custo Brasil e inserir essas proposições”, ressaltou Sampaio Filho.
 
Já Manuel teria se colocado à disposição para trabalhar em conjunto com o Observatório e ajudar no escoamento do produto cearense no mercado internacional. “Vocês deram os primeiros passos, estão na parte técnica muito avançada. E nós podemos acompanhar vocês na parte prática, no dia a dia”, ressaltou.
 
“A gente vai inserir o IEL, na educação executiva, o SENAI, junto com seus laboratórios, e o SESI também. O Sistema FIEC atuará de forma integrada no suporte a toda a empresa e também reduzir os obstáculos que impedem que o atum cearense, que é um dos melhores do mundo, seja exportado para a Europa”, finalizou Sampaio.
 
O trabalho desenvolvido dentro da cadeia do atum no Ceará segue a todo vapor. “Nós começamos organizando o licenciamento. Agora estamos tratando da automação, da rastreabilidade e do treinamento de pessoal. O sonho é voltar a exportar para Europa. Isso terá um impacto muito grande na pauta de exportações do Ceará e do Brasil”, concluiu Francisco Ozina.
 
Mais qualidade
 
Na semana passada, o Governo do Ceará ainda anunciou que o Núcleo de Tecnologia e Qualidade Industrial do Ceará (Nutec) recebeu uma comitiva de engenheiros da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Estado (Sedet) e do Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec) para discutir análises de atum pescado na costa cearense.
 
Serão realizadas coletas de produtos desde a sua chegada até o porto de desembarque. O objetivo é estabelecer padrões de captura, armazenamento e transporte que garantam uma melhor qualidade do atum destinado ao mercado consumidor.
 
O gerente de negócios do Nutec, Gabriel Aguiar, relata que a instituição tem expertise nas análises de pescado, realizando ensaios microbiológicos, físico-químicos, e de metais, com certificação ABNT ISO 17025.” Nessa parceria com a Sedet, o Nutec será essencial para o monitoramento da qualidade dos peixes em nosso litoral. Assim, o Estado garantirá a exportação de um produto com padrões internacionais de qualidade”, explica Gabriel.
 
A parceria entre as instituições corrobora as ações previstas nas estratégias da Sedet para o setor de pescado do Estado. A iniciativa conta ainda com o apoio da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), e visa o desenvolvimento sustentável e integrado da pesca e aquicultura do Ceará.
Por Seafood Brasil
Foto: Divulgação