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Cerca de 75% dos navios pesqueiros do mundo não são monitorados publicamente, diz estudo
Cerca de 75% dos navios pesqueiros do mundo não são monitorados de forma pública, mostra estudo publicado na revista científica Nature. Segundo os autores, a falta de transparência coloca em risco o controle da atividade e ameaça a preservação de espécies marinhas e do próprio ecossistema.
Os pesquisadores combinaram imagens de satélite, dados de GPS de embarcações e modelos de aprendizagem profunda (“deep learning”) para mapear as embarcações industriais entre 2017 e 2021.
Eles concluíram que boa parte da atividade pesqueira não rastreada ocorre na Indonésia, Sul da Ásia, Sudeste Asiático e nas costas norte e oeste da África. “Nosso mapeamento por satélite revelou altas densidades de atividade de embarcações em grandes áreas do oceano que anteriormente mostravam pouca ou nenhuma atividade de embarcações por sistemas públicos de rastreamento”, comentam.
A equipe chama a atenção para o fato de que, enquanto as atividades industriais em terra são amplamente monitoradas com uso de satélites, a expansão humana no oceano continua mal documentada. Muitos navios não transmitem a sua localização ou não são detectados pelos sistemas de monitoramento públicos.
Atualmente, o principal método de mapeamento público de navios é o sistema de identificação automática (AIS, na sigla em inglês), que transmite coordenadas dos navios e informações sobre proprietários e empresas por trás das embarcações. Mas nem todos os países obrigam o uso desse sistema e há áreas no mar sem sinal de satélite.
“Os navios envolvidos em atividades ilícitas desligam frequentemente os seus transponders AIS ou manipulam os locais dos quais transmitem”, dizem os pesquisadores. Segundo eles, nos últimos anos, a maioria dos casos de pesca ilegal e trabalho escravo em navios ocorreram em embarcações que não utilizam dispositivos AIS.
Os pesquisadores reforçam que um bilhão de pessoas dependem do oceano como fonte primária de alimentação e 260 milhões trabalham apenas com pesca — a atividade registrou um decréscimo de apenas 1% durante a pandemia da covid-19, dada sua importância. No entanto, um terço das unidades populacionais de peixes estariam sendo exploradas para além dos níveis biologicamente sustentáveis, o que pode causar sua extinção.
Por José Florentino — São Paulo – Globo Rural
Foto: Wladyslaw/Wikimedia Commons
Os pesquisadores combinaram imagens de satélite, dados de GPS de embarcações e modelos de aprendizagem profunda (“deep learning”) para mapear as embarcações industriais entre 2017 e 2021.
Eles concluíram que boa parte da atividade pesqueira não rastreada ocorre na Indonésia, Sul da Ásia, Sudeste Asiático e nas costas norte e oeste da África. “Nosso mapeamento por satélite revelou altas densidades de atividade de embarcações em grandes áreas do oceano que anteriormente mostravam pouca ou nenhuma atividade de embarcações por sistemas públicos de rastreamento”, comentam.
A equipe chama a atenção para o fato de que, enquanto as atividades industriais em terra são amplamente monitoradas com uso de satélites, a expansão humana no oceano continua mal documentada. Muitos navios não transmitem a sua localização ou não são detectados pelos sistemas de monitoramento públicos.
Atualmente, o principal método de mapeamento público de navios é o sistema de identificação automática (AIS, na sigla em inglês), que transmite coordenadas dos navios e informações sobre proprietários e empresas por trás das embarcações. Mas nem todos os países obrigam o uso desse sistema e há áreas no mar sem sinal de satélite.
“Os navios envolvidos em atividades ilícitas desligam frequentemente os seus transponders AIS ou manipulam os locais dos quais transmitem”, dizem os pesquisadores. Segundo eles, nos últimos anos, a maioria dos casos de pesca ilegal e trabalho escravo em navios ocorreram em embarcações que não utilizam dispositivos AIS.
Os pesquisadores reforçam que um bilhão de pessoas dependem do oceano como fonte primária de alimentação e 260 milhões trabalham apenas com pesca — a atividade registrou um decréscimo de apenas 1% durante a pandemia da covid-19, dada sua importância. No entanto, um terço das unidades populacionais de peixes estariam sendo exploradas para além dos níveis biologicamente sustentáveis, o que pode causar sua extinção.
Por José Florentino — São Paulo – Globo Rural
Foto: Wladyslaw/Wikimedia Commons