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​Cipó-alho eleva peso de pirarucus


Por: AGROLINK - Eliza Maliszewski
Foto: Divulgação
 
Testes em laboratório feitos pela Embrapa Amapá mostraram excelentes resultados no uso de cipó-alho da Amazônia na alimentação de alevinos de pirarucu. A planta medicinal tem este nome pelo cheiro característico de alho e teve seu extrato borrifado sobre a ração destinada aos peixes.
 
 
O experimento mostrou aumento no peso em 19%, além de reforçar o sistema imunológico com infecções bacterianas por Aeromonas hydrophila, comuns na piscicultura, e reduziu o estresse dos peixes. A planta contém alicina, composto que induz ao aumento no consumo de ração, e melhora o desempenho zootécnico dos peixes.
 
Os alevinos receberam o composto durante um mês, quatro vezes ao dia, com dieta contendo 0,4 gramas, 8 gramas e 12 gramas de extrato de cipó-alho para cada quilo de ração. Os melhores resultados foram observados na engorda dos peixes alimentados com a dieta contendo  8 gramas de extrato da planta para cada quilo de ração. Houve aumento no peso final, ganho de peso diário, taxa de crescimento específico, eficiência alimentar, níveis plasmáticos de glicose, triglicerídeos, proteínas totais e globulinas, mas uma redução nos níveis plasmáticos de albumina no sangue dos peixes.
 
“Observamos um aumento do peso dos alevinos.  Peixe mais gordo é interessante para o piscicultor, que lucra mais. Estávamos usando imunoestimulantes comerciais e tivemos a ideia de usar um produto regional amazônico e antes havíamos trabalhado com alho usado como tempero na cozinha nos estudos com tambaqui.  Assim, acabamos incluindo o extrato do cipó-alho na ração dos alevinos de pirarucu”, destaca o pesquisador da Embrapa Marcos Tavares Dias, responsável pelos estudos.
 
A planta é de fácil aquisição, pode ser encontrada até mesmo na beira de estradas e fazendas. O extrato é produzido à base de álcool, que também não é um produto caro.
 
Segundo a Peixe BR, a produção de peixes nativos, onde se enquadra o pirarucu, está em torno de 287 mil  toneladas, representando 39,84% do total. A produção de peixes nativos é liderada por Rondônia, seguida por Mato Grosso.