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Colônia Z-42 de Juruti acata proibição de comércio de peixes do Amazonas para prevenir doença da 'urina preta'


 
A Colônia de Pescadores Z-42, do município de Juruti, oeste do Pará, foi comunicada oficialmente pela Prefeitura local, que está proibido o consumo e comercialização nas zonas urbana e rural, de três espécies de peixes oriundas do estado do Amazonas, que estão sendo associadas à contaminação por toxina que provoca a Síndrome de Haff, conhecida como doença da urina negra.
 
A partir da quarta-feira (8), ficam proibidas para consumo e comercialização em Juruti as espécies: Pirapitinga, pacu e tambaqui, capturadas em rios e lagos do Amazonas, inclusive as criadas em cativeiro.
 
"Agora a gente tem em mãos esse comunicado do município, que proíbe por tempo indeterminado o pacu, o tambaqui e a pirapitinga que vêm do Amazonas. O que nos disseram é que aqui (Juruti) não tem nenhum caso da doença da urina preta, é para prevenir mesmo. Eles vão fazer a investigação dessas espécies pra ver se tem alguma coisa a ver com o contágio dessa doença. A gente vai acatar essa decisão como Colônia de Pescadores", disse o presidente da Z-42, Renato de Melo.
 
De acordo com o presidente da Z-42, a partir do momento em que a Colônia recebeu o comunicado, foi iniciado um trabalho de orientação junto aos associados para que seja suspensa a venda de tambaqui, pacu e pirapitinga vindos do Amazonas. "A gente já está orientando para que não venha acontecer nenhum prejuízo, porque a gente sabe que o melhor remédio é a prevenção. E a gente não quer que essa doença chegue por aqui", destacou.
 
O município de Juruti fica localizado na divida do estado do Pará com o Amazonas. No município paraense, é comum o consumo de pescado proveniente do estado vizinho, onde já mais de 40 casos confirmados da doença da urina preta associada ao consumo de peixes das espécies tambaqui, pacu e pirapitinga, muito apreciadas na região amazônica.
 
Caso suspeito em Santarém
Em Santarém, no oeste do Pará, um homem de 55 anos que estava internado no Hospital Municipal morreu na manhã de terça-feira (7) com suspeita da Síndrome de Haff.
 
O paciente, que trabalhava como mototaxista e foi identificado como Genivaldo Cardoso de Azevedo, deu entrada na unidade hospitalar com sintomas característicos da doença da urina preta.
 
A Vigilância Epidemiológica de Santarém anunciou que vai iniciar nesta quarta-feira (8) os protocolos de investigação e mapeamento, com monitoramento e notificação dos familiares de Genivaldo. Esse trabalho vai ser orientado com base em nota técnica da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa).
 
De acordo com informações prestadas no primeiro atendimento, na UPA 24H, o paciente teria começado a passar mal após ter consumido pescado.
 
A doença é causada pela ingestão de pescado contaminado por uma toxina capaz de causar necrose muscular, ou seja, a degradação dos músculos. Outros sintomas da doença são decorrentes desse quadro. A síndrome está associada ao consumo de peixes como arabaiana, conhecido como olho de boi, e badejo.
 
A forma como o animal é contaminado pela toxina que provoca a doença, no entanto, não é consenso entre especialistas. Alguns infectologistas dizem que a toxina é gerada pelo mau acondicionamento do pescado, mas outros afirmam que a toxina vem de algas consumidas pelo animal.
Por G1
Foto: Divulgação