A despesca é um dos momentos mais importantes para quem trabalha no ramo da piscicultura. Este procedimento acontece quando retiramos todos os peixes de uma unidade de cultivo. Ela deve ser feita quando eles atingem o tamanho e peso ideal para o consumo. A partir do momento que eles atingem os requisitos das demandas do mercado, pode ser feita a despesca total ou parcial da produção. Para os dois tipos, existem algumas técnicas que são utilizadas para obter sucesso durante a despesca. Hoje a Engespesca vai te dar algumas dicas para isso.
 
 
Primeiramente você deve planejar se vai fazer a retirada total ou parcial dos peixes. Como os próprios nomes já dizem, a total é quando se retira todos os peixes do viveiro escavado e a parcial é quando se retira apenas parte dos peixes estocados. No caso da opção por despesca parcial, ela pode ser feita com redução de parte da água do viveiro ou não, e, para isto, é preciso realizar um planejamento antes. Ela geralmente é escolhida quando o cultivo é multitrófico e quando somente parte dos peixes atingiram peso comercial.
 
 
Primeiramente, devemos ter noção que toda a execução da despesca deve ser planejada antes. Além disso, ela precisa ser feita por profissionais treinados e também com os equipamentos corretos. No geral, utiliza-se uma pequena plataforma flutuante em forma U, de modo que haja um encaixe dos tanques na plataforma onde são realizados manejos e despescas. Já nos viveiros é mais fácil de realizar todo o processo, mas recomenda-se um intervalo de no mínimo 15 dias entre uma despesca e outra para as parciais.
 
 
Além dos trabalhadores qualificados para a realização da despesca, também é utilizar equipamentos de qualidade. Uma das principais é rede de arrasto para a coleta dos peixes, mais utilizadas para viveiros escavados. Para melhorar a qualidade da retirada elas devem ter a altura duas a três vezes superior à profundidade do tanque, e um comprimento pelo menos 50% maior que a largura dos tanques. Além disso, a abertura da malha também deve ser ajustada conforme o tamanho dos peixes que serão capturados. É muito importante escolher a rede de despesca especial, pois assim você evita o traumatismo nos peixes e impedir sua fuga durante a operação de captura.
 
 
Outro equipamento bastante utilizado são os suportes para rede. Eles substituem o trabalho de uma pessoa na hora de segurar a rede para o adensamento dos peixes. Ou seja, eles fixam a rede após o arrasto em uma área menor, assim eles ficam sem condições de fuga. Quando ocorre a fuga de algum peixe da rede, utiliza-se o puçá. Assim você consegue coletar todos os peixes e manter uma boa produtividade.
 
 
A piscicultura tem a visão muito voltada bastante para o mercado final e para o atendimento das demandas. Por isso dá importância do planejamento e o motivo da despesca ser um dos pontos principais do cultivo. Ela é fundamental para que o empreender mantenha a qualidade do peixe, agregue valor na venda e evite sofrer perdas no processo.
 
 
Dicas para sucesso na despesca
 
 
Para obter o sucesso na despesca existem algumas técnicas que são utilizadas e conhecidas na piscicultura. Mas isto tudo começa bem antes do processo da retirada dos peixes. Um exemplo é o jejum, pois os animais devem ficar cerca de três dias com a alimentação suspensa. Assim evitam-se problemas com o sistema digestivo dos peixes.
 
 
Logo após serem removidos de dentro da água, eles devem ser levados para os tanques de gelo, onde ocorrerá o abate por choque térmico, que dá maior qualidade e vida ao produto em prateleira. Em alguns casos esta variação de dias no mercado pode chegar até a um mês, dependendo do caso. O ideal é que este processo seja rápido, porém eficiente. É preciso que o peixe atinja a temperatura necessária e chegue rápido ao transporte, para melhorar ainda mais a produção.
 
 
Outra dica potente é realizar, a cada duas ou três despescas, a baixa do tanque. Este processo consiste em secar a água do local onde estavam os peixes e preencher todo fundo com uma camada fina de cal virgem. Este material oxida matéria orgânica, como derivados da ração e fezes, por exemplo. Também tem ação antibacteriana e antifúngica, que controla os micro-organismos. Desse modo ele garante maior qualidade e evita problemas para outras safras no futuro. É recomendado deixar cerca de dez dias para fazer a assepsia do tanque.
 
 
Por último, existem alguns cuidados que devem ser levados em consideração para melhorar a qualidade da sua produção e ter sucesso na despesca. Nesse sentido, deve-se cuidar para que os peixes não cheguem à exaustão, tenham oxigênio, não sejam manuseados excessivamente, pois assim os estresses deles pode aumentar consideravelmente. Isto seria um problema, já que o estresse reduz o tempo que a carne levará para enrijecer e, por consequência, diminuirá o tempo na prateleira.
Por: Engepesca
Foto: Divulgação