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COP25 termina sem decisões importantes sobre clima



Prevista para encerrar na sexta-feira (13/12), a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP25, avançou pelo final de semana e terminou na segunda-feira (16/12) sem a definição dos compromissos dos quase 200 países participantes para reduzir as emissões de poluentes. A decisão sobre mercado de carbono, tema central, foi adiada para a próxima edição, marcada para novembro de 2020, em Glasgow, na Escócia.
 
De acordo com especialistas e executivos de entidades que estiveram em Madri, foi uma conferência marcada pela participação mais ativa dos diversos segmentos da sociedade. Na chamada Green Zone, indígenas, representantes de organizações não-governamentais (ONGs) e jovens ativistas buscavam, cada um a seu modo, dar o alerta sobre a atual situação do planeta, enquanto na Blue Zone, reservada para as representações diplomáticas, autoridades do mundo todo discutiam o futuro dos efeitos da mudança do clima.
 
O ministro Ricardo Salles disse, em post no Twitter, que a “COP 25 não deu em nada” e criticou os países ricos por não abrirem seus mercados de crédito de carbono, exigindo medidas e apontando “o dedo para o resto do mundo” e se recusando a colocarem “a mão no bolso”. No evento, Salles havia cobrado recursos dos países desenvolvidos pela conservação da floresta Amazônica.
 
“Infelizmente, apesar de todos os esforços do Brasil para ajudar na regulamentação do Artigo 6 (Acordo de Paris), não foi possível encontrar um texto que fosse de comum acordo. Prevaleceu, infelizmente, uma visão protecionista, de fechamento do mercado, e o Brasil e outros países que poderia fornecer créditos de carbono, em razão de suas florestas e boas práticas ambientais, saíram perdendo. Ainda assim, o Brasil segue firme no seu trabalho de atrair recursos para o Brasil e os brasileiros”, disse, em mensagem de vídeo publicado no sábado (14/12), de Madri.
 
 
Críticas
A participação oficial do Brasil foi alvo de críticas. Protagonista das discussões ambientais desde a Eco 92, há 25 anos, no Rio de Janeiro, o país teve sua representatividade política considerada tímida em um ano em que foi alvo de questionamentos, principalmente, por conta do avanço das queimadas e do desmatamento na Amazônia.
 
Pela primeira vez, o Brasil recebeu, em uma mesma edição da COP, duas vezes o Fóssil do Dia, “prêmio” dado por uma rede internacional de ONGs aos países que ela entende ser os que mais atrapalham as negociações e a implementação do Acordo de Paris. Na primeira, foi “agraciado pelo fato de o governo de Jair Bolsonaro culpar os ambientalistas pelas queimadas na Amazônia".
 
A segunda foi pela Medida Provisória assinada pelo presidente Jair Bolsonaro que trata da regularização fundiária no país. Na visão das organizações internacionais, o texto legitima a grilagem de terras e anistia o desmatamento. Desta vez, o país ficou em segundo lugar, atrás do Japão. Fonte: Revista Globo Rural.