Pois é, sabia que isto é possível? Este foi  o tema do curso que Dr. Fábio Sussel ministrou  no próximo dia 15 de Fevereiro, na cidade de Leme/SP. Tratou-se de um novo processo produtivo que ainda encontra-se em vias de formatação do pacote tecnológico de produção, mas com resultados preliminares bastante promissores.
 
É de conhecimento da comunidade científica que o camarão marinho não necessita de alta salinidade na água, e sim do correto balanço/equilíbrio de alguns íons. Sendo que estes sais (íons) podem ser adicionados na água de modo artificial. São sistemas intensivos de produção e a água de cultivo é usada por vários ciclos. Sistemas intensivos de produção + troca de zero de água = domínio dos compostos nitrogenados. Eis o grande desafio: dominar a amônia, o nitrito e o nitrato.
 
Os compostos nitrogenados surgem no sistema por duas vias: 1) metabolismo dos aminoácidos contidos na ração ingerida pelos animais e 2) decomposição dos resíduos orgânicos, tais como sobras de ração, fezes, carapaças e algas mortas. Neste caso, quanto maior a densidade de estocagem, mais desafiador se torna.
 
Seja no sistema de “Bioflocos” ou no sistema “RAS água verde”, o qual Sussel vem se dedicando nos últimos, o fundamental é ter entendimento do comportamento e das formas de contornar o excesso destes compostos nitrogenados no sistema de produção.
 
Além dos conceitos envolvidos na ciclagem destes nutrientes, o curso também irá abordar questões relacionadas a: equipamentos necessários (soprador, gerador, bombas d’água, …), estrutura física (estufa, tipos de tanques, biofiltros, berçários, …), insumos (ração, probióticos, água marinha artificial, …), o manejo diário (arraçoamento, análises de água, biometrias, …) e, claro, o potencial do mercado ao se produzir camarão fresco em regiões estratégicas.
 
“Se será no sistema de “Bioflocos” ou “RAS água verde” e se ficará restrito a um nicho de mercado ou se transformará num mega negócio, ainda não sabemos. Mais uma coisa é certa: a criação de camarões marinhos em água salinizada próximo a grandes centros consumidores é um caminho sem volta. Veio pra ficar”, destaca Sussel. Quem sair na frente, colherá os frutos primeiro.
Fonte:  Aquaculture   Brasil