Pescaria é tudo de bom
Dicas para capturar o dourado-do-mar
Para qualquer pescador que se preza fisgar um Dourado-do-mar é motivo de comemoração. Com até dois metros de comprimento e 40 Kg, o Coryphaena hippurus é um dos peixes mais bonitos que habitam os mares brasileiros, ainda que na maioria das vezes não seja encontrado em todo o seu potencial, sendo mais comuns os exemplares com cerca de 1,5 metro e entre 4 Kg e 13 Kg.
Facilmente encontrado nas águas límpidas da região entre o Espírito Santo e Santa Catarina, ele encanta com suas tonalidades metálicas que variam do dourado, na barriga, ao azul forte, no dorso, com uma bela nadadeira dorsal com cerca de 60 raios e que se estende por todo o comprimento do corpo de forma elevada e majestosa. Extremamente veloz e capaz de saltos simplesmente espetaculares, o Dourado-do-Mar merece uma captura digna, focada na sustentabilidade e na preservação da espécie.
Com equipamento e técnica certos, a pesca é garantida
O equipamento faz toda diferença, claro. Portanto fique atento para as linhas de pesca ideais e todo o material. O mais recomendado para quem quer pescar o Dourado-do-Mar é uma vara de 30 lb, molinete de porte médio com uma capacidade de armazenamento de 150 a 220 metros de linha multifilamento com um leader fluorcarbono de 0,55 mm. Dentre as iscas, as artificiais de superfície são muito eficientes e proporcionam muita adrenalina durante o ataque. Porém os jumping jigs de corpo alongado, como por exemplo o modelo Dunn da NS, se demonstrou muito produtivo para capturar o Dourado na meia-água.
Já na pesca oceânica o Dourado é pescado na mesma modalidade que os peixes de bico, ou seja, no corrico com grandes iscas artificiais.
Essa espécie é migradora, portanto vive em grandes cardumes ou aos pares no alto mar, mas os peixes mais jovens costumam se desgarrar e chegar bem próximo à costa normalmente em cardumes menores para a reprodução – e isso acontece praticamente em qualquer época do ano.
O interessante é que eles costumam acompanhar grandes objetos à deriva, como troncos de árvores, e, como são peixes de superfície, isso pode servir de sinalizador. Quando for esta a situação a melhor técnica para pesca-lo é o arremesso, podendo contar com um ataque praticamente certo à isca.
Sua principal alimentação é composta por crustáceos, peixes-voadores, peixe-agulha, paratis, sardinhas, lulas e pequenos peixes em geral, inclusive na parte da noite. No verão, quando as águas estão mais aquecidas, eles são mais facilmente encontrados perto das ilhas mais próximas ao continente. Nesse caso o melhor método de pesca são os arremessos longos com iscas artificiais de superfície, recolhendo rapidamente dando pequenos toques, ou seja, recolhendo e ponteando até ele chegar à você.
Curiosidades sobre o Dourado-do-mar
Por ter dimorfismo sexual, o Dourado-do-mar pode ter seu sexo facilmente identificado quando atingem 4-5 meses de idade, examinando a inclinação de sua testa. Os machos têm forma da cabeça com corte quadrado, enquanto as fêmeas têm uma forma da cabeça inclinada mais arredondada.
A melhor época para encontrar o Dourado-do-Mar
Além das costas do espírito Santo e de Santa Catarina, o Dourado-do-Mar também é encontrado no Norte, Nordeste, Sul e Sudeste, praticamente em toda a extensão entre o Amapá e Santa Catarina. Em janeiro e fevereiro os Dourados-do-Mar ficam mais próximos aos costões, e entre outubro e março mais próximo da costa, normalmente sob estruturas flutuantes – e é justamente essa a melhor época para fisgá-los, principalmente nas regiões Sul e Sudeste por causa da temperatura da água entre 22 e 28 graus e das correntes, já que são peixes pelágicos, ou seja, de passagem.
Não esqueça, no entanto, que a pesca deve ser esportiva, não a predatória, que deve ficar restrita aos que precisam dela para sobreviver. Preze pela sustentabilidade praticando a pesca consciente, aquela de pescar e soltar. Viva a emoção da pesca, fotografe muito e devolve o peixe ao mar para que possa se reproduzir e continuar enchendo o mar de alegria e cores, propiciando momentos inesquecíveis como este.
Por Rota do peixe
Foto: Divulgação