Artigo
Especial consumo per capita de pescado
Considerado um dos principais termômetros de medição de performance da atividade produtiva, o consumo per capita aparente de pescado é um indicador que não dispõe de fontes oficiais desde 2013. O dado mostra o nível de aceitabilidade do segmento junto ao
consumidor brasileiro, bem como a sua competitividade no confronto com outras proteínas animais disponíveis no mercado nacional.
Por opção de simplificação, o termo pescado é usado de forma genérica - o total de consumo inclui pescados, crustáceos, mexilhões e ostras. O consumo per capita é aferido pela: produção total nacional (incluindo pesca marítima); pesca continental; e a aquicultura (mais importações e menos exportações). A quantidade líquida total é dividida pela população brasileira. Também é importante dizer que todas as informações referentes ao comércio exterior de produtos elaborados (filés, secos, conservas, congelado) são convertidas em pescado inteiro in natura.
Dentro desse contexto, projeções, planejamento e comparações, muitas vezes precipitados, são realizados com frequência por instituições, tendo como referência justamente o consumo per capita. Para um país com o crescimento populacional anual e um continente amplo como o do Brasil, o aumento de consumo é um grande desafio. Sendo assim, pequenos ganhos têm uma grande representatividade econômica.
Em 2021, para se ter uma ideia, a população brasileira cresceu em 1,5 milhão de pessoas. Esse número equivale a um aumento de consumo total na faixa de 15 mil toneladas de pescado só para manter o consumo per capita anual.
Logo, se considerarmos um pequeno aumento de 200 gramas de pescado por ano, a necessidade para uma população de 214 milhões de pessoas alcança 43 mil toneladas de pescado.
Sendo assim, podemos concluir que somente para aumentar o consumo em 200 gramas per capita por ano para 2022, a necessidade no incremento de pescado fica na faixa de 60 mil toneladas. Com todo sucesso da piscicultura, o aumento de produção em 2021, comparando om 2020 foi de 38,1 mil toneladas (informação Peixe BR), o que demonstra a dificuldade em obter ganhos reais no consumo per capita.
Cenários e variáveis do consumo per capita
O consumo de 10,5 kg de pescado per capita no ano de 2021 (Quadro 1) mostra uma expressiva recuperação depois de três anos consecutivos de queda motivada por esse desajuste do ritmo produtivo com a demanda. Pode até parecer pouco um aumento
de 3% no consumo ou 300 gramas per capita/ano, mas representa muito em toneladas de matéria-prima - em 2021, o brasileiro consumiu mais 75 mil toneladas de pescado.
Com relação à origem das 75 mil toneladas disponíveis no mercado em 2021 (Quadro 2), acima do ano anterior de 2020, podemos constatar três fatos: O pequeno aumento na captura local de 6 mil toneladas foi compensado pelo aumento nas exportações na faixa
de 7 mil toneladas, gerando assim uma menor disponibilidade ao mercado interno na faixa de mil toneladas.
Conforme dados da Peixe BR, o aumento na disponibilidade interna na piscicultura teve na tilápia o principal motivo, com um aumento de 48 mil toneladas. Nos importados, os maiores avanços foram o panga (aumento de 28%), o cação (aumento de 33%) e a cavalinha (importação de 5,1 mil toneladas – em 2020, foi de 1,5 mil toneladas). Estes três recursos representaram cerca de 80% no aumento total dos importados de 30.023 toneladas.
Já o Quadro 3 mostra o histórico e tendência do consumo de pescado dos brasileiros conforme a fonte de fornecimento. Nele, podemos observar que a consolidação da aquicultura nacional como fonte principal de pescado no consumo interno continuou em 2021, quando atingiu a participação de 41,5%. Isto representa 4,36 Kg per capita/ano e um total de 927.005 toneladas no ano.
Entre os recursos importados, constam dois que são importantes players com origem na aquicultura: salmão e panga. Se somarmos os recursos da aquicultura nacional com o importado, a participação no ano de 2021 atinge 50,4%. Isto significa que, pelo primeiro ano, o consumo nacional de pescado com fonte na aquicultura ultrapassa os 50%.
Este artigo foi escrito pelo consultor Wilson Santos e pode ser lido na íntegra na Seafood Brasil #43 que está disponível em: https://www.seafoodbrasil.com.br/revista/seafood-brasil-43
Por Seafood Brasil
Foto: Divulgação
consumidor brasileiro, bem como a sua competitividade no confronto com outras proteínas animais disponíveis no mercado nacional.
Por opção de simplificação, o termo pescado é usado de forma genérica - o total de consumo inclui pescados, crustáceos, mexilhões e ostras. O consumo per capita é aferido pela: produção total nacional (incluindo pesca marítima); pesca continental; e a aquicultura (mais importações e menos exportações). A quantidade líquida total é dividida pela população brasileira. Também é importante dizer que todas as informações referentes ao comércio exterior de produtos elaborados (filés, secos, conservas, congelado) são convertidas em pescado inteiro in natura.
Dentro desse contexto, projeções, planejamento e comparações, muitas vezes precipitados, são realizados com frequência por instituições, tendo como referência justamente o consumo per capita. Para um país com o crescimento populacional anual e um continente amplo como o do Brasil, o aumento de consumo é um grande desafio. Sendo assim, pequenos ganhos têm uma grande representatividade econômica.
Em 2021, para se ter uma ideia, a população brasileira cresceu em 1,5 milhão de pessoas. Esse número equivale a um aumento de consumo total na faixa de 15 mil toneladas de pescado só para manter o consumo per capita anual.
Logo, se considerarmos um pequeno aumento de 200 gramas de pescado por ano, a necessidade para uma população de 214 milhões de pessoas alcança 43 mil toneladas de pescado.
Sendo assim, podemos concluir que somente para aumentar o consumo em 200 gramas per capita por ano para 2022, a necessidade no incremento de pescado fica na faixa de 60 mil toneladas. Com todo sucesso da piscicultura, o aumento de produção em 2021, comparando om 2020 foi de 38,1 mil toneladas (informação Peixe BR), o que demonstra a dificuldade em obter ganhos reais no consumo per capita.
Cenários e variáveis do consumo per capita
O consumo de 10,5 kg de pescado per capita no ano de 2021 (Quadro 1) mostra uma expressiva recuperação depois de três anos consecutivos de queda motivada por esse desajuste do ritmo produtivo com a demanda. Pode até parecer pouco um aumento
de 3% no consumo ou 300 gramas per capita/ano, mas representa muito em toneladas de matéria-prima - em 2021, o brasileiro consumiu mais 75 mil toneladas de pescado.
Com relação à origem das 75 mil toneladas disponíveis no mercado em 2021 (Quadro 2), acima do ano anterior de 2020, podemos constatar três fatos: O pequeno aumento na captura local de 6 mil toneladas foi compensado pelo aumento nas exportações na faixa
de 7 mil toneladas, gerando assim uma menor disponibilidade ao mercado interno na faixa de mil toneladas.
Conforme dados da Peixe BR, o aumento na disponibilidade interna na piscicultura teve na tilápia o principal motivo, com um aumento de 48 mil toneladas. Nos importados, os maiores avanços foram o panga (aumento de 28%), o cação (aumento de 33%) e a cavalinha (importação de 5,1 mil toneladas – em 2020, foi de 1,5 mil toneladas). Estes três recursos representaram cerca de 80% no aumento total dos importados de 30.023 toneladas.
Já o Quadro 3 mostra o histórico e tendência do consumo de pescado dos brasileiros conforme a fonte de fornecimento. Nele, podemos observar que a consolidação da aquicultura nacional como fonte principal de pescado no consumo interno continuou em 2021, quando atingiu a participação de 41,5%. Isto representa 4,36 Kg per capita/ano e um total de 927.005 toneladas no ano.
Entre os recursos importados, constam dois que são importantes players com origem na aquicultura: salmão e panga. Se somarmos os recursos da aquicultura nacional com o importado, a participação no ano de 2021 atinge 50,4%. Isto significa que, pelo primeiro ano, o consumo nacional de pescado com fonte na aquicultura ultrapassa os 50%.
Este artigo foi escrito pelo consultor Wilson Santos e pode ser lido na íntegra na Seafood Brasil #43 que está disponível em: https://www.seafoodbrasil.com.br/revista/seafood-brasil-43
Por Seafood Brasil
Foto: Divulgação