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Exportações do pescado para países da África crescem 114% em 2023


O continente africano tem se tornado um dos principais destinos das exportações brasileiras de pescado. Dentre os dez principais importadores de pescado brasileiro em volume, quatro são países africanos: Camarões, Costa do Marfim, Gabão e Togo. Juntos, importaram 4.252 toneladas, somando um valor total de US$ 5,4 milhões, um crescimento, em volume, de 114% nos cinco primeiros meses de 2023 em comparação ao mesmo período de 2022.
 
Com 1.583 toneladas importadas, Camarões assumiu o posto de quarto principal destino do pescado brasileiro, atrás apenas dos tradicionais Estados Unidos, China e Argentina. Do volume total de importações do país, 66% foi de corvina congelada, oriunda dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em segundo lugar, dentre os países africanos, vem a Costa do Marfim com 1.298 toneladas importadas, onde a cavalinha congelada representou 92% o volume, com 1.190 toneladas.
 
Segundo Abraão Oliveira, da JubartData, o mercado brasileiro de pescado precisa voltar sua atenção para os mercados africanos que, nos últimos anos, têm apresentado crescimento relevante como compradores dos produtos brasileiros mais baratos no setor. 
 
As exportações para os países africanos se diferenciam das operações com os Estados Unidos e com a China, para onde o Brasil exporta pargos, tilápias, lagostas e atuns, ou com a Argentina, que costuma comprar prioritariamente produtos em conserva. Os países da África têm comprado espécies capturadas em grandes volumes, mas com menor valor como corvinas e cavalinhas.
 
Oliveira lembra ainda que o governo brasileiro vem demonstrando interesse em retomar a aproximação comercial com o continente africando que, apenas em 2022, importou US$ 12,75 bilhões, o que representou no ano 3,5% da corrente de comércio do país.
 
Política para continente africano
 
Em 25 de maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o atual dinamismo da África exige que o Brasil atualize sua política para o continente. “A África é uma das regiões que mais cresce no mundo. Sua relevância no comércio global é expressiva”, disse, reafirmando o apoio do Brasil para entrada da União Africana no G20.
 
Segundo o presidente, a Zona de Livre Comércio Continental Africana, que entrou em vigor em 2021, é a maior do mundo, com 1,3 bilhão de pessoas e Produto Interno Bruto (PIB – soma de bens e serviços produzidos) de US$ 3,4 trilhões. Já o comércio bilateral do Brasil com a África, em 2022, foi um terço menor que o valor de 2013, quando o fluxo chegou a quase US$ 30 bilhões.
 
Lula participou de um almoço para marcar o Dia da África e pelo encerramento do seminário Brasil-África: Relançando Parcerias, no Palácio do Itamaraty, em Brasília. Entre os convidados estavam ministros de Estado, parlamentares e os embaixadores e encarregados de países africanos. As informações são da Agência Brasil.
 
As informações foram compiladas pelo Painel do Pescado, uma plataforma de automação de dados desenvolvida com a tecnologia Jubart.
Por Seafood Brasil
Foto: Divulgação