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Francisco Medeiros expõe visão para o futuro da tilapicultura brasileira da produção ao mercado global
No cenário atual da piscicultura brasileira, a tilapicultura emerge como um setor de crescimento expressivo nos últimos anos, impulsionada por diversos fatores, incluindo a entrada da agroindústria na produção de tilápias e a busca por novas alternativas de proteína animal. Em destaque, o 20º Seminário Estadual da Piscicultura, realizado em meados de agosto, em Maripá (PR), apresentou uma palestra de grande relevância: as perspectivas de mercado para a tilapicultura brasileira, conduzida por Francisco Medeiros, presidente da Peixes BR.
Em entrevista ao jornal O Presente Rural, Medeiros trouxe um panorama atual sobre a produção de tilápias no Brasil, enfatizando a ascensão do setor nos últimos seis anos, notando a influência positiva da entrada da agroindústria de suínos e aves no mercado da tilápia, principalmente no Paraná. “Atualmente é a proteína animal que está recebendo os maiores investimentos, ou seja, que têm as melhores taxas de crescimento. Os volumes ainda são muito inferiores quando se compara com aves, suínos e bovinos, mas temos uma perspectiva bastante positiva da tilapicultura do Brasil, porque há um espaço para crescimento”, observa.
Presidente da Peixes BR Francisco Medeiros: “Para aqueles que estão avaliando iniciar a trabalhar com tilapicultura o conselho que eu dou é: faça um bom planejamento” – Foto: Arquivo Pessoal
Por outro lado, o presidente da Peixes BR também destaca os desafios significativos que os produtores enfrentam, tanto da ordem governamental quanto de mercado. Entre os quesitos de governabilidade, o palestrante reforçou a necessidade da criação de marcos regulatórios governamentais na esfera federal. “Isso porque hoje a legislação é diferenciada em cada estado brasileiro, o que acarreta em uma disparidade muito grande neste quesito, pois alguns estados possuem legislações mais modernas e mais céleres e outros ainda contam com legislações bem retrógradas”, declara.
Já a respeito do desafio que está relacionado com o mercado, o palestrante enfatiza que isso esbarra nas questões dos hábitos de consumo. “Hoje nos supermercados já temos gôndolas cheias com suínos, aves e bovinos. Isso é fato. Então nós precisamos conquistar espaço na gôndola, e isso passa por conquistar espaço no prato do consumidor. O bacana é que isso está acontecendo, sendo que este é um trabalho lento, mas que está consolidando-se com eficiência”, comenta.
Ainda com relação ao mercado, Francisco também chama atenção para a importância de observar as tendências de consumo. “O preço dos produtos impacta no consumo, mas não é somente isso. Precisamos comunicar às pessoas que quando consumimos filé de tilápia é como se estivéssemos comendo picanha. Existem várias opções de corte de peixes, isso porque o setor oferece uma vasta diferenciação de tipos de cortes, que visam atender todo o tipo de público”, explica.
Perspectivas de crescimento e fatores impulsionadores
Ao abordar as perspectivas de crescimento para a tilapicultura brasileira, Medeiros destaca a meta de elevar o consumo de pescado per capita, que atualmente é de cerca de 9,5 quilos por habitante, para o patamar internacional de 20 quilos por habitante ao ano. Além de melhorar o consumo interno, o presidente da Peixe BR também evidenciou que a expansão do mercado externo pode ser um forte aliado para impulsionar ainda mais o crescimento do setor.
De acordo com ele, a Peixes BR atua muito forte na expansão de mercados externos. “Nossa entidade desempenha um papel crucial na promoção e expansão dos mercados da tilapicultura. Diariamente nos empenhamos em apoiar as empresas associadas na busca por mais competitividade, além de facilitar o acesso a incentivos governamentais para empresas que produzem para exportação”. Medeiros também enfatiza o investimento que a Peixes BR faz em tecnologia e a colaboração com a Embrapa, visando aumentar a produtividade e a competitividade do setor.
Estados Unidos
Conjuntamente, o presidente diz que a entidade almeja melhorar ainda mais a exportação de tilápias para o mercado americano. Conforme ele, os Estados Unidos são o maior importador da tilápia brasileira. “90% das nossas exportações vão para os Estados Unidos, isso porque ele é o maior importador de tilápia do mundo e nós estamos muito próximos geograficamente. Porém, mesmo com este volume nós somos o sétimo maior fornecedor americano, então acreditamos que podemos melhorar muito isso e acreditamos que vamos fechar o ano de 2023 como o quarto ou quinto maior exportador para os Estados Unidos”, almeja.
Além disso, Francisco informou que as exportações brasileiras vem crescendo de forma bastante significativa e que existe a possibilidade concreta de aumentar ainda mais. “Em 2012 nós exportávamos para 12 países. No ano passado exportamos para 40 países. Isso está aumentando gradativamente. Temos muito a conquistar em países que estão bem próximos de nós, esses números contribuem para as perspectivas positivas e indicam um bom mercado em expansão para o nosso setor”, avalia.
Tecnologias
O profissional também afirma que a boa produtividade das tilápias precisa ser relacionada com as tecnologias e melhorias do manejo. “Nós temos um aporte tecnológico em toda a cadeia de produção e os maiores responsáveis por isso são as empresas, que desenvolvem genéticas, tecnologias, bem como vacinas e medicamentos eficientes. São os fornecedores de insumos e equipamentos que são os responsáveis por desenvolver novas e importantes tecnologias que estão beneficiando o setor”, observa.
Preços e custos
Com relação aos preços que estão sendo pagos ao produtor, Medeiros enfatiza que o mercado teve uma boa recuperação após um período de valores mais baixos. “Nos últimos 10 meses registramos um aumento muito bom nos valores que estão sendo pagos ao produtor e também o setor está seguindo a tendência de queda nos valores dos insumos, o que contribui para uma receita ainda melhor com a produção. É claro que todas as atividades do agronegócio possuem ciclos, mas acreditamos que vamos manter estes números positivos”, observa.
Mensagem de incentivo
Medeiros tem otimismo, destacando a perspectiva positiva para o setor da tilapicultura e incentivando que novos produtores também comecem a trabalhar com o mercado da tilápia. “Para aqueles que estão avaliando iniciar a trabalhar com tilapicultura o conselho que eu dou é: faça um bom planejamento. O mais importante na tilapicultura hoje é que o produtor esteja num sistema de integração ou tenha contrato de venda de produção antecipado, pois a tilapicultura não é um produto para ir ao mercado de spot, esse é um risco muito grande para quem inicia na produção. Trabalhe com a projeção da produção e também da comercialização. Isso é fundamental”.
Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor aquícola acesse gratuitamente a edição digital de Aquicultura. Boa leitura!
Fonte: O Presente Rural
Foto: Divulgação
Em entrevista ao jornal O Presente Rural, Medeiros trouxe um panorama atual sobre a produção de tilápias no Brasil, enfatizando a ascensão do setor nos últimos seis anos, notando a influência positiva da entrada da agroindústria de suínos e aves no mercado da tilápia, principalmente no Paraná. “Atualmente é a proteína animal que está recebendo os maiores investimentos, ou seja, que têm as melhores taxas de crescimento. Os volumes ainda são muito inferiores quando se compara com aves, suínos e bovinos, mas temos uma perspectiva bastante positiva da tilapicultura do Brasil, porque há um espaço para crescimento”, observa.
Presidente da Peixes BR Francisco Medeiros: “Para aqueles que estão avaliando iniciar a trabalhar com tilapicultura o conselho que eu dou é: faça um bom planejamento” – Foto: Arquivo Pessoal
Por outro lado, o presidente da Peixes BR também destaca os desafios significativos que os produtores enfrentam, tanto da ordem governamental quanto de mercado. Entre os quesitos de governabilidade, o palestrante reforçou a necessidade da criação de marcos regulatórios governamentais na esfera federal. “Isso porque hoje a legislação é diferenciada em cada estado brasileiro, o que acarreta em uma disparidade muito grande neste quesito, pois alguns estados possuem legislações mais modernas e mais céleres e outros ainda contam com legislações bem retrógradas”, declara.
Já a respeito do desafio que está relacionado com o mercado, o palestrante enfatiza que isso esbarra nas questões dos hábitos de consumo. “Hoje nos supermercados já temos gôndolas cheias com suínos, aves e bovinos. Isso é fato. Então nós precisamos conquistar espaço na gôndola, e isso passa por conquistar espaço no prato do consumidor. O bacana é que isso está acontecendo, sendo que este é um trabalho lento, mas que está consolidando-se com eficiência”, comenta.
Ainda com relação ao mercado, Francisco também chama atenção para a importância de observar as tendências de consumo. “O preço dos produtos impacta no consumo, mas não é somente isso. Precisamos comunicar às pessoas que quando consumimos filé de tilápia é como se estivéssemos comendo picanha. Existem várias opções de corte de peixes, isso porque o setor oferece uma vasta diferenciação de tipos de cortes, que visam atender todo o tipo de público”, explica.
Perspectivas de crescimento e fatores impulsionadores
Ao abordar as perspectivas de crescimento para a tilapicultura brasileira, Medeiros destaca a meta de elevar o consumo de pescado per capita, que atualmente é de cerca de 9,5 quilos por habitante, para o patamar internacional de 20 quilos por habitante ao ano. Além de melhorar o consumo interno, o presidente da Peixe BR também evidenciou que a expansão do mercado externo pode ser um forte aliado para impulsionar ainda mais o crescimento do setor.
De acordo com ele, a Peixes BR atua muito forte na expansão de mercados externos. “Nossa entidade desempenha um papel crucial na promoção e expansão dos mercados da tilapicultura. Diariamente nos empenhamos em apoiar as empresas associadas na busca por mais competitividade, além de facilitar o acesso a incentivos governamentais para empresas que produzem para exportação”. Medeiros também enfatiza o investimento que a Peixes BR faz em tecnologia e a colaboração com a Embrapa, visando aumentar a produtividade e a competitividade do setor.
Estados Unidos
Conjuntamente, o presidente diz que a entidade almeja melhorar ainda mais a exportação de tilápias para o mercado americano. Conforme ele, os Estados Unidos são o maior importador da tilápia brasileira. “90% das nossas exportações vão para os Estados Unidos, isso porque ele é o maior importador de tilápia do mundo e nós estamos muito próximos geograficamente. Porém, mesmo com este volume nós somos o sétimo maior fornecedor americano, então acreditamos que podemos melhorar muito isso e acreditamos que vamos fechar o ano de 2023 como o quarto ou quinto maior exportador para os Estados Unidos”, almeja.
Além disso, Francisco informou que as exportações brasileiras vem crescendo de forma bastante significativa e que existe a possibilidade concreta de aumentar ainda mais. “Em 2012 nós exportávamos para 12 países. No ano passado exportamos para 40 países. Isso está aumentando gradativamente. Temos muito a conquistar em países que estão bem próximos de nós, esses números contribuem para as perspectivas positivas e indicam um bom mercado em expansão para o nosso setor”, avalia.
Tecnologias
O profissional também afirma que a boa produtividade das tilápias precisa ser relacionada com as tecnologias e melhorias do manejo. “Nós temos um aporte tecnológico em toda a cadeia de produção e os maiores responsáveis por isso são as empresas, que desenvolvem genéticas, tecnologias, bem como vacinas e medicamentos eficientes. São os fornecedores de insumos e equipamentos que são os responsáveis por desenvolver novas e importantes tecnologias que estão beneficiando o setor”, observa.
Preços e custos
Com relação aos preços que estão sendo pagos ao produtor, Medeiros enfatiza que o mercado teve uma boa recuperação após um período de valores mais baixos. “Nos últimos 10 meses registramos um aumento muito bom nos valores que estão sendo pagos ao produtor e também o setor está seguindo a tendência de queda nos valores dos insumos, o que contribui para uma receita ainda melhor com a produção. É claro que todas as atividades do agronegócio possuem ciclos, mas acreditamos que vamos manter estes números positivos”, observa.
Mensagem de incentivo
Medeiros tem otimismo, destacando a perspectiva positiva para o setor da tilapicultura e incentivando que novos produtores também comecem a trabalhar com o mercado da tilápia. “Para aqueles que estão avaliando iniciar a trabalhar com tilapicultura o conselho que eu dou é: faça um bom planejamento. O mais importante na tilapicultura hoje é que o produtor esteja num sistema de integração ou tenha contrato de venda de produção antecipado, pois a tilapicultura não é um produto para ir ao mercado de spot, esse é um risco muito grande para quem inicia na produção. Trabalhe com a projeção da produção e também da comercialização. Isso é fundamental”.
Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor aquícola acesse gratuitamente a edição digital de Aquicultura. Boa leitura!
Fonte: O Presente Rural
Foto: Divulgação