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​Municípios do Maranhão despontam como polos na piscicultura


Cerca de 120 produtores rurais que decidiram investir na piscicultura estão experimentando ganhos animadores nos últimos dois anos nos municípios de Vargem Grande, Chapadinha, São Benedito, Anapurus, e Duque Bacelar,  no estado do Maranhão. Para provar que a atividade tem se destacado na região, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Maranhão (Faema), realizou, em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Vargem Grande (Sindivargem) a primeira edição do Dia de Campo da Piscicultura no município.
 
“Foi também o primeiro dia de campo a ser realizado aqui pela Regional Cerrado Leste, atendida pelo Senar, e a primeira vez que o Senar promove um evento técnico voltado especialmente aos resultados positivos nessa cadeia produtiva”, comemorou a presidente do Sindivargem, Keyssyane Soeiro, que também é supervisora de campo do Senar na região.
 
Escolhido para ser o anfitrião do Dia de Campo, o produtor rural José Francisco Reis Sousa, proprietário do Sítio Peixe Vivo, também comemorou a realização do evento e a oportunidade de compartilhar sua experiência com os piscicultores da região. “Há três anos aproveitei uma oportunidade e adquiri essa propriedade. Nasci no interior do estado, cresci ajudando meu pai na roça, mas meus caminhos profissionais haviam me levado para o setor da Construção Civil. Hoje, me divido entre essa atividade e a piscicultura, mas o crescimento rápido da minha produção me faz acreditar que em breve vou poder me dedicar somente à atividade aqui no Sitio”, planeja o piscicultor, que produz espécies como piabanha, piauaçu ou piau de coco, panga e tambatinga, em sete tanques e uma barragem.
 
Ele conta que há três anos, quando iniciou a atividade de piscicultura, conseguia produzir entre 5 ton e 7 ton de peixe. Já em 2022 a produção mais que dobrou e chegou a 15 toneladas, mesma expectativa para o resultado deste ano. “Hoje vendo uma média de 300kg a 500kg por dia, para peixarias e restaurantes e também para atravessadores”, calcula.
 
Assistência técnica
 
Para chegar nesse resultado, José Francisco teve que implantar novas tecnologias e adaptar o manejo que, segundo ele, aprendeu na internet. “Assistia vídeos sobre piscicultura e tentava reproduzir o que aprendia. Mas isso mudou quando um amigo me avisou que o SENAR procurava por piscicultores da região para formar um grupo que receberia assistência técnica e gerencial gratuita. Foi uma das melhores decisões que tomei. Só para deixar um exemplo, um peixe que demorava até oito meses para alcançar 800g, na minha forma antiga de manejo, hoje alcança 1 kg em até seis meses. Isso porque aprendi a oferecer uma melhor nutrição para os animais, entre outras ações que recebi orientação do técnico que me acompanha”, explica José Francisco.
 
Responsável por acompanhar José Francisco e outros 24 piscicultores da região, o técnico de campo Natan Lisboa destaca que os resultados positivos obtidos pelo grupo atendido já tem atraído o interesse de outros piscicultores da região, que aguardam o próximo período de cadastro para um novo ciclo de assistência técnica e gerencial na região. “No começo precisamos convencer os produtores a aderirem ao acompanhamento técnico, mas hoje já temos um numero considerável de interessados esperando a abertura de novas vagas”, explica.
 
“A transformação trazida pela assistência técnica e gerencial vai muito além do aumento da produtividade e do lucro na propriedade rural. Temos testemunhado, sobretudo nos dias de campo, transformações de vida, realizações de projetos de vida e família por meio da otimização dos resultados da atividade rural, e isso fortalece não apenas o agro, mas a economia local como um todo”, avalia o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Maranhão (Faema), Raimundo Coelho.
 
O superintendente do Senar no Maranhão, Luis Figueredo, destaca que o ponto alto dos dias de campo, além da apresentação dos resultados das intervenções nas propriedades assistidas, é a apresentação de novas tecnologias e oportunidades de manejo e negócios. “Para esse dia de campo trouxemos a tecnologia dos berçários em tanque suspenso, já aplicadas nas propriedades assistidas, e também a oportunidade de processamento do pescado, com filetagem e transformação em produtos culinários que agregam valor e multiplicam consideravelmente os lucros dos produtores rurais”, destacou o superintendente.
 
Novas oportunidades de negócios
 
Convidado para apresentar suas técnicas de filetagem e transformação de peixes e mariscos em produtos como linguiças e petiscos congelados, além de uma grande variedade de cortes e embalagens, o piscicultor Mário, o Mario do Peixe, foi uma das atrações das estações tecnológicas do Dia de Campo. “Todo o processamento do peixe que produzo é feito e comercializado no Mercado de Estreito. Com os produtos processados eu consigo aumentar em mais de 150% o meu faturamento”, compartilhou o piscicultor.
 
Além da estação tecnológica sobre o processamento do pescado e otimização de lucros, o Dia de Campo apresentou palestras práticas sobre os resultados das tecnologias implantadas nas propriedades assistidas, com destaque para a técnica de berçário com tanque suspenso. Os produtores rurais presentes ainda puderam conhecer produtos e serviços de empresas parceiras, como a Ruragro, Ageatec, Chapagro e Projeta Solar.
 
Fonte: https://souagro.net/
Foto: Divulgação