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Nasa mostra que América Latina passa pela 2ª maior seca do século


Dados divulgados pela Nasa nesta semana indicam que a América do Sul passa pela segunda maior seca do século, perdendo apenas para o período que se estendeu entre 2015 e 2016.
 
O cálculo da agência norte-americana é feito com base na duração do período, extensão territorial e volume de chuva que deixou de ocorrer, em medições realizada por satélites.
 
Não é apenas na região Sul e em parte do Norte do Brasil que esse cenário é evidente. No Paraguai, na Bolívia e no norte da Argentina, o déficit hídrico dos últimos seis meses chega a ser de 400 milímetros abaixo do esperado, segundo informações da Somar Meteorologia.
 
Esse longo período de estiagem ajudou na propagação de queimadas neste ano, além de prejudicar a instalação de lavouras.
 
Como os oceanos têm parte fundamental no comportamento da atmosfera em relação à distribuição de chuva e ondas de calor, longos períodos de estiagem são precedidos por anomalias da temperatura da superfície do mar.
 
O último relatório da Agência de Meteorologia e Oceanografia Norte Americana (Noaa) mostrou que há maiores chances de um forte La Niña entre o fim desta primavera e o início do próximo verão, entre novembro e janeiro.
 
Estima-se uma temperatura pelo menos -1,5 °C mais baixa do que o normal na porção central equatorial do Pacífico. Isso representa que o fenômeno seria um dos três mais fortes dos últimos 20 anos. Somente no outono de 2021 é que há indícios de enfraquecimento desse La Niña.
 
De acordo com a Somar Meteorologia, há dois possíveis responsáveis pela falta de chuva histórica na América do Sul: o La Niña e também o efeito do oceano Atlântico Norte mais aquecido.
 
“As precipitações tropicais ficaram mais concentradas sobre o Hemisfério Norte, por conta das águas mais aquecidas que promoveram, inclusive, uma quantidade recorde de furacões neste ano”, informa Celso Oliveira, meteorologista da Somar.
 
Próximos meses
 
Com a manutenção do La Niña, a chuva vai continuar inferior à média climatológica no trimestre dezembro-janeiro-fevereiro em toda a área que compreende a região Sul do Brasil, além de partes de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

 
Também há previsão de chuva abaixo da média no Uruguai, Paraguai, Chile e Argentina. Mais ao norte, vai predominar a sazonalidade, ou seja, o que é normal para os próximos três meses.
 
“Há chance de chuva acima da média no Espírito Santo, Bahia, trechos de Minas, Goiás, Tocantins, Mato Grosso e boa parte do Norte nos próximos três meses”, diz Oliveira. Segundo ele, entre o leste de São Paulo e o sul da Bahia, o próximo trimestre promete ser até mais frio do que o normal, assinatura típica do La Niña.
Por Pryscilla Paiva, de São Paulo
Foto: Divulgação