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No Pantanal, pesquisadores temem impactos posteriores às queimadas


Santuário de flora e fauna, o Pantanal é consumido por um incêndio que já devastou o equivalente a mais de 10 vezes as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo juntas. É o pior mês da série histórica medida pelo Inpe, em termos de focos de calor, superando setembro de 2007 - 5.603 focos agora, contra 5498 treze anos atrás.
 
A WWF calcula que o bioma abrigue 656 espécies de aves, 159 de mamíferos, 98 de répteis, 53 de anfíbios e mais de 3.500 de plantas. Nesta conta entram ainda 325 espécies de peixes, tais como os bagres pantaneiros (pintados, jaús e cacharas), pacu e piraputanga.
 
Uma força-tarefa com órgãos públicos do meio ambiente, universidades, organizações não-governamentais e voluntários investiga a quantidade de animais mortos com as queimadas desta temporada.
 
Estudo do "Bichos do Pantanal" aponta que o Pantanal perdeu nos últimos 10 anos 17% da área em que havia água, cerca de 14 mil km². A perda da vegetação marginal dos rios afeta a alimentação e o ciclo de reprodução dos peixes, que fazem parte da cadeia de outros animais.
 
Quando o fogo acabar é que os peixes mais deverão ser afetados, dizem especialistas. Com a chegada das chuvas, a fuligem das queimadas será levada para os rios, o que muda a acidez e a concentração de nutrientes nas águas. Muitas espécies de peixes que se reproduzem no Pantanal e outros animais aquáticos serão prejudicados.
Por Seafood Brasil
Foto: Divulgação