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​O fim da aeração na aquicultura?


Por: Dr. Giovanni Lemos de Mello - Editor Aquaculture Brasil
Foto: Divulgação
 
A aeração na aquicultura não tem como única premissa a incorporação de oxigênio no ambiente de cultivo. A movimentação e circulação de toda massa d´água, remoção de sólidos, além de vários outros processos, não deixam dúvidas do importante papel da aeração em nossos ambientes aquáticos.
 
Entretanto, imaginar que a utilização de luzes artificiais em ambientes abertos de cultivo, durante a noite, poderá incrementar a produção e a produtividade, trazem à tona uma possível e incrível inovação!
 
Vejamos um interessante relato do Prof. Dr. Roberto Bianchini Derner (UFSC), titular da coluna “Biotecnologia de Algas” da Aquaculture Brasil e uma das maiores referências brasileiras na temática.
 
 “Em 1993, durante uma visita a uma fazenda de engorda de camarões no Equador (800 ha), o proprietário me perguntou como podia fazer para evitar a morte dos camarões durante à noite, por falta de oxigênio. Verifiquei que nos tanques havia uma densa população de fitoplâncton, daí sugeri ele instalasse alguns refletores próximos aos aeradores: o fitoplâncton se encarregaria da produção do oxigênio ("subproduto" da fotossíntese) e os aeradores tratariam de fazer a circulação desta água com maior teor de oxigênio. O cara ficou me olhando desconfiado, depois falou que ia fazer um teste, e até hoje eu não sei se fez. Numa ideia parecida, usamos fotoperíodo integral até nas culturas de microalgas com volume de 10.000 L, assim, ganhamos em produtividade (maior biomassa e em menor tempo). Hoje recebi o material que encaminho a seguir, e pude constatar que não sou assim tão maluco”.
 
 
 
 
  O material que o professor Roberto se refere é do grupo Fienile. Logo na abertura do site da empresa, uma frase de impacto “Somos o que há de mais inovador no agro”.
 
O grupo Fienile é formado por produtores, pesquisadores e empreendedores com vasta experiência em cultivos agrícolas. Com propósito social, ambiental e econômico alinhados, o grupo detém a criação e a execução do primeiro pivô central com iluminação artificial do mundo, uma inovação outdoor com resultados altamente expressivos. O pacote tecnológico propõe um manejo agrícola sustentável com foco em alta produtividade, com objetivo central de ampliar o fotoperíodo das plantas. A suplementação luminosa proporciona o melhor desenvolvimento das plantas e o incremento na produção.
 
O grupo é pioneiro nesses estudos e poderá contribuir com a agricultura nacional para alcançar produtividades inesperadas quando comparadas a cultivos tradicionais, desenhando um novo modelo produtivo e estabelecendo novos caminhos para a agricultura.
 
Segundo a empresa, com apenas 40 dias de irrigação artificial de luz, durante a florada e início do enchimento de grãos, já foram projetados acréscimos de 66% na produção da soja.
 
Obviamente que não se trata de uma inovação capaz de “retirar” os aeradores dos sistemas semi-intensivos de produção e nem é o caso. Contudo, imaginar que luzes artificiais sob os viveiros poderiam estimular a produção fotossintética de microalgas durante a noite, reduzindo o uso dos aeradores mecânicos e a “flutuação” do oxigênio dissolvido ao longo das 24 horas diárias, garantindo maior estabilidade na qualidade de água, além de várias outras vantagens, pode ser um caminho futuro de nossa aquicultura.
 
Saiba mais sobre o grupo Fieline em: grupofienile.com.br