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O que impacta os produtos de pescado de nicho no mercado nacional


O perfil do consumidor de pescado no Brasil é segmentado de acordo com algumas questões como: hábito de consumo regional, poder aquisitivo, tipo do produto, facilidade de preparo e um dos fatores mais decisivos, a presença de espinhas em peixes. Discorrendo de forma mais aprofundada em cada quesito, o hábito de consumo regional está relacionado à tradição familiar de ofertar pescado aos seus filhos desde pequenos como acontece no norte e sul do País com o histórico de pesca forte de pequenos pescadores e ribeirinhos. 
 
As questões econômicas interferem nos tipos de produtos que serão comercializados de acordo com o público-alvo. Peixes nobres como robalo, pescada amarela, linguado, namorado, salmão, pirarucu, camarão rosa, polvo, lula em cortes mais trabalhados (filés, lombos, escalope, medalhão entre outros) costumam ter a venda mais aquecida no varejo onde o ticket médio do cliente é maior e agrega a venda de espumantes, vinhos, especiarias e azeites importados, por exemplo. 
 
Já em regiões da cidade mais periféricas e com potencial economico mais baixo, o destaque de comercialização fica em espécies como sardinha, corvina, tainha, cavalinha, tilápia, tambaqui, pintado da amazônia, camarão sete-barbas, L. vannamei em tamanhos menores inteiros e com preços mais acessíveis. A venda “casada” também é presente com legumes, verduras, leite de coco, óleos compostos com azeite entre outros.
 
Os peixes salgados secos também apresentam segmentação de acordo com o nicho, o bacalhau do porto (Gadus morhua) e o bacalhau (Gadus macrocephalus) considerados o verdadeiro bacalhau, por exemplo, são comercializados em maior volume em localidades onde o consumidor não tem restrição ao pagar pelo valor do produto diferenciado. 
 
Já os outros peixes salgados secos como saithe, zarbo e polaca trazem o apelo de preços baixos e diversificação nos modos de preparo para atender a todas as faixas econômicas.
 
O formato em que o pescado é exposto nas gôndolas também influencia na venda. Atualmente devido a rotina corrida de vida, a procura tem aumentado por produtos embalados, porcionados e temperados prontos para o preparo. As embalagens skinpack já são uma realidade nos balcões de autosserviço na Europa e EUA e uma tendência para o pescado no Brasil. 
 
Trazer a solução de um peixe em filé ou posta, camarão, polvo ou qualquer outro pescado em porções individuais já condimentados ou com modo de preparo disposto na embalagem primária é um canal de fomento e facilidade para os clientes da categoria que não tem limitação quanto ao preço e ainda são rodeados pelo mito de que é difícil preparar peixes e frutos do mar.
 
Desenvolver o sortimento específico baseado em pesquisa de mercado sobre o público de interesse levando em consideração faixa etária, gênero, poder de decisão na compra, preferências, perfil do cliente e de acordo com o cenário regional trará maior probabilidade de sucesso para o negócio.
 
Sendo assim, usar a versatilidade - inteiro, limpo, filés, postas, espalmado, pedaços, cortes especiais, fresco, congelado, salgado seco, sushi, tecnologias de embalagem do pescado de forma estratégica para suprir uma demanda específica de mercado é um dos caminhos para a expansão de consumo no Brasil.
Por Seafood Brasil
Foto: Reprodução