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Pesca Esportiva: qual o papel para o desenvolvimento sustentável?


 Falar em pesca esportiva sem relacionar à preservação é como pensar em futebol sem bola, surf sem prancha ou, em uma analogia mais próxima, em hipismo sem cuidados com os cavalos. O peixe precisa não só estar saudável, como viver em um ambiente ecologicamente equilibrado.
 
É por isso que a pesca esportiva não se resume ao pesque e solte. Quem é pescador de verdade, sabe que precisa respeitar todo o ecossistema que sustenta a dinâmica da pesca. E não só porque o peixe é essencial para o esporte, mas porque compreende cada um dos pilares.
 
E é aqui que o desenvolvimento sustentável entra em jogo! Basicamente, são os avanços capazes de suprir as necessidades da geração atual sem comprometer as gerações futuras. Em linhas gerais, há o reconhecimento de que os recursos naturais um dia vão acabar, e aí se começa a usar eles com mais inteligência.
 
 
 
Com o lema “Ninguém pode ficar de fora”, o desenvolvimento sustentável foi construído com base em cinco áreas de importância para a humanidade e para o mundo, os chamados “5 P’s”: Pessoas, Prosperidade, Paz, Parcerias e Planeta.
 
E se você quer saber o que a pesca esportiva tem a ver com isso, a resposta é: absolutamente tudo! Isso porque o pesque e solte contempla os cinco critérios, e nada melhor do que lembrar de cada um desses aspectos. Bora conferir como eles se aplicam?
 
Pessoas
 
 
O pesque solte vem se apresentando como uma alternativa para as populações ribeirinhas, que podem trabalhar com o turismo de pesca nas regiões onde vivem. Aqui vale lembrar que o objetivo não é mudar as características sociais dessas pessoas, mas oferecer uma opção para melhorar a vida delas, caso desejem.
 
Assim, com a pesca esportiva, todo mundo sai ganhando: é possível trabalhar como guia de pesca, guia de turismo, com produção de iscas naturais, entre tantas outras alternativas.
 
Prosperidade
 
 
Há toda uma indústria em torno do mercado da pesca esportiva: o turismo de pesca, insumos, náutica, motores de embarcações de pesca, vestuário, enfim, tudo que vai servir para o pescador e para as pousadas.
 
E é claro que isso gera movimentação econômica com impactos diretos em toda a cadeia social. Dessa forma, a atividade contribui para a sociedade prosperar e se desenvolver. 
 
Paz
 
 
Há determinadas áreas em que a pesca só é permitida para os povos nativos, e não é incomum que isso gere alguns conflitos, já que existe o interesse de sujeitos de fora dessas comunidades em explorar esses locais. A pesca esportiva, aqui, surge como uma maneira de apaziguar possíveis embates.
 
Um exemplo é que hoje já existem casos de cooperação entre operações de pesca e povos indígenas. Esses projetos são acompanhados por ONGs e instituições que fiscalizam as pousadas para que elas viabilizem somente práticas de pesque e solte.
 
Parcerias
Como essas iniciativas pacíficas têm também um foco social por trás, os povos indígenas, em contrapartida, recebem assistência médica e odontológica, além de manutenção de aspectos culturais e ensino.
 
Aí também estão as parcerias: governo, operadores de pesca, iniciativa privada, organizações independentes e povos tradicionais atuando em conjunto em prol de objetivos em comum. Isso demonstra que nada funciona sozinho, e que quanto mais atores sociais estiverem envolvidos, maiores as chances de uma iniciativa dar certo.
 
Planeta
 
 
A partir do momento que se compreende que os recursos do planeta são finitos, o uso deles precisa ser feito de forma sustentável e com responsabilidade ambiental. Isso inclui a exploração consciente do recurso animal, que, no caso da pesca esportiva, é o peixe.
 
Mas simplesmente manter o peixe vivo não é suficiente para a conservação. Isso porque o peixe não existe isolado do todo - ele faz parte de um ecossistema, de um bioma, e sem floresta preservada, sem água de qualidade, sem fauna saudável, não há equilíbrio ambiental. E, por consequência, não existiriam peixes.
 
Por isso, o pesque e solte deve ser cada vez mais pensado como um meio para proteger a natureza e os animais, e encarar o nosso esporte como uma ferramenta para o desenvolvimento sustentável é pensar de verdade que somos parte desse todo.
 
E você, já tinha pensado nesse potencial?
 
Por Victória Netto – Fish TV
Foto: Divulgação