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​Pesquisa auxilia carcinicultura fora do litoral



A carcinicultura ou criação comercial de camarões pode ser uma boa opção de renda. Para o produtor que deseja entrar na atividade é preciso conhecer as espécies e quais se adequam melhor a cada região. O Instituto de Pesca (IP-APTA), ligado a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, realiza diversas pesquisas além de palestras técnicas voltadas para a atividade, na unidade de Pirassununga.
 
 
No local o destaque dos estudos são as espécies de água doce, aquelas mais usadas na atividade fora de regiões litorâneas. Também há estudos com a rizicarcinicultura, que é a criação de camarões de água doce em campos de arroz irrigado por inundação; o cultivo integrado com peixes (policultivos); e a criação em sistemas "pellet free" (sem ração) e em sistema orgânico, além de sistemas alternativos de produção de larvas de camarão (larvicultura) e produção de espécies nativas de camarões como isca-viva para pesca esportiva.
 
Principais espécies
 
O pesquisador  Marcello Boock esclarece que nas criações interiores, aquelas longe do litoral, não necessitam ser obrigatoriamente com espécies de água doce como o camarão-da-Malásia (Macrobrachium rosenbergii), principal espécie hoje na carcinicultura brasileira. “Atualmente já existe tecnologia para produção de camarões marinhos, em água de baixa salinidade, no interior", diz.
 
Os camarões mais criados são o camarão-da-Malásia, que vem da Ásia e vive em rios que deságuam no mar e o camarão-branco-do-Pacífico (Litopenaeus vannamei), encontrado no oceano e passa seu ciclo em regiões com médias a altas salinidades, muito embora possa ser criado em água com baixa salinidade. Os camarões de água doce demandam menos animais no espaço por serem territorialistas e agressivos. Já os marinhos são calmos e permitem o dobro da capacidade no mesmo espaço, o que também pode aumentar a incidência de doenças."Em termos de sabor, ambos são bastante semelhantes, com muitas pessoas se referindo à carne do camarão de água doce como sendo mais ‘suave e delicada’, enquanto a do marinho como tendo um sabor mais ‘forte e pronunciado’", detalha o pesquisador.
 
Como ingressar na atividade
 
O cultivo do camarão-da-Malásia é uma boa alternativa para o produtor que deseja ingressar na atividade da carcinicultura fora da região litorânea. Podem se enquadrar para pequenos e médios produtores como opção de complementar a renda. A produtividade média alcançada, utilizando-se sistema extensivo ou semi-intensivo, é de 1000 a 1500 quilos/hectare a cada ciclo de produção (que dura 6 meses). Os camarões de água doce demandam investimento baixo e são menos impactados por doenças.
 
Já o cultivo de camarão marinho fora do litoral deve ter os gastos bem calculados porque o custo é alto e pode gerar prejuízos. O sistema não é indicado para pequenos produtores.
Por: AGROLINK -Eliza Maliszewski
Foto: Divulgação