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Pesquisa determina parâmetros para diferenciar geneticamente peixes híbridos de puros
Estudo inédito da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF) comprovou que são necessários, no mínimo, sete marcadores moleculares para diferenciar animais híbridos avançados (resultantes de cruzamentos com outros híbridos ou desses com espécies puras) de peixes nativos. A pesquisa, que reúne conhecimentos de genética e estatística, representa um passo importante para auxiliar produtores de alevinos na formação de plantéis puros, a partir de matrizes com pedigree o que, entre outros fatores, contribui para o fortalecimento da produção dessas espécies, entre elas o tambaqui (Colossoma macropomum). Trabalhos anteriores sobre esse tema vinham utilizando apenas até três marcadores.
O estudo, desenvolvido pelos pesquisadores Alexandre Rodrigues Caetano e Joseane Padilha da Silva, dentro do projeto Rede Genômica Animal da Embrapa, foi publicado na Genetics and Molecular Biology, uma das principais revistas científicas da área. A publicação não só endossa a descoberta realizada, como também reforça aos produtores de alevinos a necessidade de usar testes robustos para evitar problemas na hora da selecionar matrizes para reprodução e reposição do plantel de reprodutores.
Segundo Caetano, a literatura científica mostra que vários híbridos interespecíficos (gerados a partir do cruzamento entre duas espécies distintas) de espécies nativas são férteis e, portanto, podem ser reproduzidos em pisciculturas e potencialmente no ambiente, em casos de escapes, provocando cruzamentos entre si e com reprodutores puros.
Testes para identificação de híbridos interespecíficos de peixes nativos, baseados em dois e até três marcadores moleculares, foram desenvolvidos há mais de dez anos e são eficientes para identificar híbridos F1, ou de primeira geração. “No entanto, nenhum estudo aprofundado havia sido feito para determinar o número mínimo de marcadores-diagnóstico necessários para identificar híbridos com uma ou mais gerações de cruzamento com outros híbridos ou com as espécies puras”, explica o cientista.
Planteis terão menos riscos de cruzamentos indesejáveis
A descoberta vai nortear o desenvolvimento de novas ferramentas, com números adequados de marcadores-diagnóstico, para a realização de testes acurados. O objetivo é evitar que o setor tenha a sustentabilidade afetada, bem como monitorar as populações selvagens das respectivas espécies usadas no sistema de produção.
Até agora, devido à falta de identificação e acompanhamento do pedigree nos planteis, essas duas possibilidades eram apontadas como um grande problema. Por isso, o método recém-desenvolvido deverá reduzir os riscos de cruzamentos indesejados.
De acordo com Padilha, o estudo publicado pela Genetics and Molecular Biology fornece uma base estatística sólida para calcular o poder de testes diagnósticos, com base em extensivas simulações computacionais, considerando que o tamanho da amostra obtida por metodologias tradicionais pode estar subestimado. Isso ocorre, principalmente, em função da variabilidade presente nessas populações, segundo detalha a pesquisadora. “Os resultados demonstram que testes moleculares para identificação de híbridos interespecíficos com base em números insuficientes de marcadores apresentam altas taxas de erro (falhas) e poderão afetar negativamente o setor produtivo”, observa.
O desenvolvimento das ferramentas de análise Tambaplus faz parte do projeto BRS Aqua e conta com financiamento do Fundo Tecnológico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES Funtec); da Secretaria de Aquicultura e Pesca (SAP) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), executado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); da Fundação de Amparo à Pesquisa do DF (FAPDF) e da Embrapa.
Fonte: Maria Devanir Heberlê (MTb 5297/RS) - Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
Foto: Divulgação
O estudo, desenvolvido pelos pesquisadores Alexandre Rodrigues Caetano e Joseane Padilha da Silva, dentro do projeto Rede Genômica Animal da Embrapa, foi publicado na Genetics and Molecular Biology, uma das principais revistas científicas da área. A publicação não só endossa a descoberta realizada, como também reforça aos produtores de alevinos a necessidade de usar testes robustos para evitar problemas na hora da selecionar matrizes para reprodução e reposição do plantel de reprodutores.
Segundo Caetano, a literatura científica mostra que vários híbridos interespecíficos (gerados a partir do cruzamento entre duas espécies distintas) de espécies nativas são férteis e, portanto, podem ser reproduzidos em pisciculturas e potencialmente no ambiente, em casos de escapes, provocando cruzamentos entre si e com reprodutores puros.
Testes para identificação de híbridos interespecíficos de peixes nativos, baseados em dois e até três marcadores moleculares, foram desenvolvidos há mais de dez anos e são eficientes para identificar híbridos F1, ou de primeira geração. “No entanto, nenhum estudo aprofundado havia sido feito para determinar o número mínimo de marcadores-diagnóstico necessários para identificar híbridos com uma ou mais gerações de cruzamento com outros híbridos ou com as espécies puras”, explica o cientista.
Planteis terão menos riscos de cruzamentos indesejáveis
A descoberta vai nortear o desenvolvimento de novas ferramentas, com números adequados de marcadores-diagnóstico, para a realização de testes acurados. O objetivo é evitar que o setor tenha a sustentabilidade afetada, bem como monitorar as populações selvagens das respectivas espécies usadas no sistema de produção.
Até agora, devido à falta de identificação e acompanhamento do pedigree nos planteis, essas duas possibilidades eram apontadas como um grande problema. Por isso, o método recém-desenvolvido deverá reduzir os riscos de cruzamentos indesejados.
De acordo com Padilha, o estudo publicado pela Genetics and Molecular Biology fornece uma base estatística sólida para calcular o poder de testes diagnósticos, com base em extensivas simulações computacionais, considerando que o tamanho da amostra obtida por metodologias tradicionais pode estar subestimado. Isso ocorre, principalmente, em função da variabilidade presente nessas populações, segundo detalha a pesquisadora. “Os resultados demonstram que testes moleculares para identificação de híbridos interespecíficos com base em números insuficientes de marcadores apresentam altas taxas de erro (falhas) e poderão afetar negativamente o setor produtivo”, observa.
O desenvolvimento das ferramentas de análise Tambaplus faz parte do projeto BRS Aqua e conta com financiamento do Fundo Tecnológico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES Funtec); da Secretaria de Aquicultura e Pesca (SAP) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), executado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); da Fundação de Amparo à Pesquisa do DF (FAPDF) e da Embrapa.
Fonte: Maria Devanir Heberlê (MTb 5297/RS) - Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
Foto: Divulgação