Notícias
Pesquisa inédita gerou alevinos de salmão
Por: AGROLINK -Eliza Maliszewski
Foto: Divulgação
O salmão é típico de águas frias da Eurásia e suporta temperaturas baixas em água doce ou salgada. A imensa maioria do Salmão do Atlântico disponível no mercado mundial é produzida em cativeiro (quase 99%). Pesquisadores da Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Campos do Jordão do Instituto de Pesca (IP-APTA), trabalham com estudos voltadas ao salmão e a truta. Projetos na área de biotecnologia, permitiram um resultado inédito que pode viabilizar a produção de salmão do Atlântico em águas brasileiras, por meio de processo de aceleração da reprodução do peixe.
A geração de alevinos foi possível em dois anos, enquanto, ao natural, seriam necessários quatro anos na reprodução. Um dos instrumentos da pesquisa foi o uso da truta arco-íris como barriga de aluguel para produção do salmão.
Segundo a pesquisadora Yara Aiko Tabata, a dificuldade de se produzir salmão no Brasil está na temperatura das águas dos rios. Ela explica que os salmonídeos, que englobam os salmões e trutas, existentes no país fazem o ciclo de vida completo em água doce. No caso da truta, o seu cultivo é mais difundido no Brasil, pois ela já se encontra aclimatada e apresenta bons índices reprodutivos em águas com temperatura de 10º a 12ºC. Já o salmão do Atlântico requer temperaturas mais baixas, ao redor de 8ºC.
"O fato de não encontrar em nossas águas temperaturas compatíveis para sua reprodução natural pode ser considerado uma condição interessante para que esta espécie venha a ser empregada como uma alternativa na pesca recreativa, sem riscos para o meio ambiente em caso de eventuais escapes", diz.
Para realizar o melhoramento genético das espécies são necessárias várias gerações. Considerando um processo de melhoramento de três gerações, como o salmão leva cerca de quatro anos para atingir a idade reprodutiva, este processo levaria no mínimo 12 anos. Com a barriga de aluguel, é possível encurtar esse período pela metade.