Carregando...

​Pesquisa propõe usar GLP para tornar piscicultura mais sustentável


A Copa Energia e a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) desenvolveram um gerador a base de gás liquefeito de petróleo (GLP) para alimentar sopradores e aeradores, responsáveis por oxigenar a água dos tanques de piscicultura.
 
A tecnologia tem potencial para reduzir as perdas de produção causadas pela queda de energia no campo e o consumo de diesel em geradores.
 
O projeto está sendo desenvolvido na Estação de Piscicultura da UFMS e conta com o apoio da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que agora está analisando a viabilidade técnica da invenção. A expectativa da empresa é que a liberação ocorra ainda este ano.
A Copa Energia se aproximou da UFMS depois de começar a importar gás da Bolívia e da Argentina, cerca de quatro anos atrás. Como esse produto precisava ser certificado no Brasil, a empresa fez um convênio com a universidade e montou um laboratório para análise e certificação.
 
Dessa aproximação, surgiram diversas ideias para uso dessa fonte energética. Em duas frentes de pesquisa atuais, que podem beneficiar o produtor rural diretamente, a companhia investiu cerca de R$ 2 milhões.
 
O plano é substituir, pelo menos parcialmente, o uso de energia vinda de geradores a diesel, diz Caio Turqueto, CEO da Copa Energia. Ele lembra que o GLP é bastante utilizado em diversos países, com uma participação maior na matriz energética.
A Embrapa Pesca e Aquicultura estima que os embarques brasileiros cresceram 15% no ano passado, para US$ 23,8 milhões. No caso da tilápia, a exportação aumentou 15%, para US$ 23,2 milhões.
 
A Copa Energia destaca que a tecnologia é ativada automaticamente quando a concentração de oxigênio na água diminui abaixo do nível recomendado. Isso é crucial para evitar a mortalidade dos peixes em situações de quedas de energia, diz a empresa.
 
A empresa acredita que a novidade vai agregar valor à atividade da piscicultura em pequenas propriedades rurais, garantindo também uma produção mais sustentável. A queima de GLP emite menos poluentes que a do diesel.
 
A parceria entre a Copa Energia e a UFMS também está explorando o potencial de micro geração distribuída de energia com base no GLP.
 
Essa frente da iniciativa estuda usar um grupo gerador com capacidade para 75 megawatts, suficientes para abastecer cerca de 500 domicílios no país, com base no consumo médio de 150 quilowatts por mês, por exemplo.
 
Um grupo gerador consiste em um motor (movido a diesel, gás natural ou gasolina) e um alternador, que gera a corrente elétrica.
Por José Florentino — São Paulo – Revista Globo Rural
Foto: Divulgação