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​Piscicultura brasileira se mostra rentável e promissora, mesmo enfrentando adversidades


Passado mais de um ano do início da pandemia, sentimos os seus impactos em todos os setores da economia. Mesmo com franca expansão e ascensão, a piscicultura brasileira também foi afetada, principalmente por produtores independentes.
 
 
No entanto, o mercado é extremamente promissor e os investimentos valem a partir do momento em que as perspectivas para o futuro são muito boas e positivas.
 
 
De fato, o ano de 2020 foi muito importante para o setor, tanto na produção, quanto na exportação. De acordo com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), no ano foram produzidas 802,3 mil toneladas, o que representa um crescimento de 5,93%.
 
 
Além disso, este é o segundo melhor desempenho desde 2014, deixando o Brasil em quarto lugar como maior produtor de peixe do mundo, atrás apenas da China, Indonésia e Egito.
 
 
O carro-chefe continua sendo a tilápia, um dos peixes que mais ganhou espaço no país e hoje é um dos favoritos na exportação.
 
 
Nesse sentido, este tipo de peixe já representa 60% da produção nacional, com mais de 486 mil toneladas, crescimento de 12,5% no ano. Ela se destaca ainda mais na região sul do Brasil, com 213.351 toneladas, o que representa 44% do total produzido em todo o país.
 
 
Atualmente, o estado que lidera a produção de tilápia na piscicultura brasileira é o Paraná. Ele chegou em 2020, ao volume de 166 mil toneladas, aumento de 14% em relação a 2019, quando foram comercializadas 146.212 toneladas, de acordo com os dados da Peixe BR.
 
 
Estes números são tão expressivos, principalmente se fizermos a comparação com São Paulo, que está em segundo lugar em produção no país, com 74,6 mil toneladas. Ou seja, o estado do Paraná teve resultado cerca de 135% superior.
 
 
Assim, mais regionalmente, o oeste do Paraná também começou a se destacar e trilhar um caminho que aponta uma perspectiva excelente para os produtores de peixe no cenário nacional.
 
 
Conforme reportagem do jornal O Presente, este sucesso se consolida através do trabalho das cooperativas, que desempenham um papel de extrema relevância para impulsionar a atividade que cresce em ritmo maior que no país como um todo.
 
 
O veículo realizou entrevistas com especialistas do setor, que afirmam que diante da franca ascensão da piscicultura brasileira, em 20 anos o Brasil será o maior produtor mundial de peixes de cultivo.
 
 
Nesse sentido, trabalhando para fomentar ainda mais a piscicultura brasileira, uma das cooperativas que trabalha exclusivamente com tilápias, utiliza o sistema de integração.
 
 
A Cooperativa Agroindustrial C.Vale mantém o sistema é responsável pelo fornecimento de todos os insumos necessários para a produção (rações, peixes juvenis, logística de despesca e transporte para o frigorífico).
 
 
Esta é uma forma de melhorar a produção, profissionalizando toda a cadeia produtiva e ainda proporciona mais respaldo aos produtores devido à certeza de entrega da sua produção e recebimento da mesma.
 
 
Assim, se oferece maior segurança para os produtores, que podem realizar mais investimentos, já que existe a garantia de retorno.
 
 
Com esse sistema, evita-se o prejuízo de produtores independentes, que podem encontrar dificuldades com a comercialização da produção e pagamento. A cooperativa controla toda a cadeia, desde a produção de grãos que serão utilizados na fabricação das rações, até a industrialização e comercialização dos peixes.
 
 
Assim, a segurança oferecida aos produtores para realizarem investimentos futuros em ampliações de áreas ou modernização das propriedades, também garante que a região como um todo melhore na produção. E, com isso, cada vez mais novos produtores surgem, com a certeza de retorno do investimento.
 
 
Além disso, investidores também passaram a entrar na atividade, já que a segurança proporcionada abriu os olhos destes para comprar áreas especificamente para construção de projetos para a produção de peixes.
 
 
A importância da tilápia o produtor independente da piscicultura brasileira
 
 
Como destacamos anteriormente, a tilápia é um dos peixes mais cultivados no Brasil e representa uma grande fatia da produção total da piscicultura brasileira. Considerado o carro-chefe do cultivo de peixe no país, o crescimento da espécie acontece há muitos anos.
 
 
Entrevistado pelo jornal O Presente, um dos precursores da criação de tilápias na região paranaense, Osvanir Dal Pizol, é um piscicultor que apostou na tilápia há 24 anos atrás.
 
 
Desde então, ele destaca que a piscicultura brasileira é extremamente promissora, tanto no passado, quanto no excelente momento da produção em que vivemos. “Hoje, se o produtor quiser entrar no modelo de integração ele não irá se preocupar com a produção, e naquela época não existia nada disso. Era com a cara e a coragem”, relata.
 
 
No momento, o produtor independente não possui vínculo com cooperativas. No entanto, com sua produção que rende cerca de dez quilos por metro quadrado/ano (100 toneladas/hectare), o que corresponde a mil toneladas/ano, ele ainda consegue aproveitar a rentabilidade da tilápia.
 
 
A comercialização ocorre, principalmente, nos estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo, onde ele dispõe de um mercado comprador e faz também o transporte.
 
 
Um dos problemas enfrentados pelos produtores está na alimentação dos animais, que apresentou um aumento de cerca de 30% nos últimos seis meses. Esse custo representa entre 70% e 75% do custo de produção.
 
 
Para driblar estes problemas, é possível planejar para ter mais de um ciclo produtivo ao ano, o que torna possível administrar com mais facilidade as adversidades relacionadas ao custo de produção.
 
 
Dal Pizol relata que o mercado consumidor de peixe esteve aquecido entre janeiro e abril deste ano, mas sentiu um impacto pela refração após esse período. Além disso, o aumento da ração foi bastante prejudicial para a cadeia produtiva da tilápia.
 
 
Mesmo assim, para o produtor, mesmo com as adversidades, a piscicultura brasileira se mostra rentável e bastante promissora. Ele afirma que o histórico da atividade é uma segurança e a perspectiva para o futuro é de que o segmento ainda tem muito a crescer.
 
 
Para o produtor independente, os piscicultores precisam ter uma visão de curto prazo das suas produções, e após a abertura dos comércios, o novo cenário será promissor.
Por Engepesca
Foto: Divulgação