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Saiba qual equipamento usar conforme o tipo de espécie que deseja fisgar em sua pescaria em alto mar


 
Que tal aproveitar melhor a sua embarcação e praticar esse hobbie de uma forma menos despretensiosa e com mais chances de boas fisgadas? O primeiro passo para melhorar sua performance é usar o equipamento adequado. Por esses motivos, aqui vão algumas dicas para você fisgar algumas das principais espécies da costa brasileira.
 
1 – Anchova:
 
A pesca da espécie é uma das mais populares quando falamos de pescaria costeira no Brasil, principalmente na região sul e sudeste, pois é muito divertida. A forma mais excitante de capturar a anchova é a de arremesso. Nessa pescaria ainda podem ser capturados pequenos badejos, guaiviras, sororocas e até bonitos. Apesar de o verão não ser a melhor época para fisgá-los, o pescador ainda pode encontrar cardumes da espécie do litoral paulista para o Sul.
 
Varas: Por ser necessário arremessos longos, as mais indicadas são as de 6´6´´ a 7´de comprimento, para linhas de resistência máxima de 20, 25 ou 30 lb.
 
Carretilhas ou molinetes: os molinetes levam vantagem, por proporcionar arremessos mais longos. Os tamanhos 2000 a 4000 são os mais indicados. Já entre as carretilhas, escolha as que comportam cerca de 120 a 175 m de linha 20 a 30 lb de multifilamento e um recolhimento rápido, acima de 6.3:1.
 
Linhas: Utilize linha 20 a 40 lb de multifilamento com líder de fluorcabono ou náilon de 0,50 a 60 mm. Apesar da espécie ter dentes, o ideal é não usar cabo de aço. Caso ache necessário, use um de menor tamanho possível.
 
Iscas artificiais: Escolha os modelos que tenham de 11 a 15 cm. As iscas do tipo pencil popper e grandes zaras são muito eficientes. É interessante levar também as iscas de barbela. Jigs brancos e tube jigs também fazem sucesso com a espécie.
 
2 - Olho-de-boi e olhete
 
Duas espécies extremamente fortes que habitam as águas de nossa costa e costumam ficam em cardumes. Apesar de serem capturadas da superfície ao fundo, é das grandes profundidades que costumam sair os maiores exemplares. Por este motivo, elas ajudaram no desenvolvimento da pesca vertical com jumping jigs.
 
Varas: Para diminuir os esforços na pesca vertical, são recomendadas varas de 5´ a 6´ de comprimento, para linhas de 30 a 80 lb (ou linhas PE 4,5, 6 ou até 8 para os grandes exemplares) e ação moderada para um melhor trabalho de isca.
 
Carretilhas ou molinetes: É preciso usar um equipamento bastante reforçado para conter a força do animal, que sempre busca o enrosco. Os molinetes devem ser de tamanhos 6000 a 10.000. Se for pescar em locais com grande profundidade, o mais recomendado é a carretilha elétrica.
 
Linhas: Utilize linha 30 a 80 lb de multifilamento com líder de fluorcarbono de 0,60 a 1 mm com comprimento de 3 a 6 m.
 
Iscas artificiais: Tenha uma boa variedade de jumping jig com peso entre 100 a 500 g. Não se esqueça de usar um assist hook de tamanho 7/0 a 11/0.
 
3 - Atuns, cavalas e xaréus
 
Para fisgar esses peixes, uma das modalidades mais tradicionais é o corrico, em que as iscas artificiais ou naturais são rebocadas por uma embarcação sobre os pesqueiros. Essa forma de pescar é bastante eficiente para as espécies que costumam estar espalhadas em uma determinada área, pois com um barco você consegue explorar e localizar mais facilmente os cardumes.
 
Varas: Use varas mais curtas, por volta de 5´8”, por cansarem menos o pescador durante a briga com o peixe. Ela deve ser indicada para linhas de 30 a 80 lb (ou linhas PE 4,5, 6 ou até 8 para os grandes exemplares). Os caniços de pesca vertical normalmente possuem ótima qualidade e a sua ação mais progressiva é ideal para o trabalho mais natural das iscas artificiais  no corrico.
 
Carretilhas  ou molinetes: Aqui o uso de carretilhas predomina. Elas possuem um ótimo sistema de freio, de preferência com o sistema lever drag, que garante uma regulagem precisa e uma soltura de linha uniforme e sem trancos. Elas devem ser carregadas com pelo menos 250 m de linha (multifilamento de 30 a 60 lb).
 
Linha: As mais indicadas são multifilamento de 30 a 60 lb. Quanto mais fina ela for, mais as iscas vão trabalhar no fundo, devido o seu menor diâmetro. Procure usar a mesma linha, tamanho e diâmetro de líder e mesma regulagem de freio, nos conjuntos usados. Isso torna o trabalho padronizado e eficiente, pois até a espessura das linhas altera o trabalho da isca, fazendo-a nadar mais fundo ou mais raso. Evite ao máximo o emprego de líderes metálicos para pescar com iscas de barbela, pois o número de ataques diminui consideravelmente. Por este motivo, opte por um náilon ou fluorcarbono de 30 a 80 lb com pouco mais de cinco metros e um snap na ponta.
 
Iscas artificiais: As mais usadas são as artificiais de barbela longa. O tamanho varia bastante. Algumas espécies, como as sororocas, gostam de iscas pequenas com 5 a 10 cm; já as barracudas preferem as grandes com mais de 15 cm. Um bom tamanho para a maioria dos peixes é por volta dos 12 cm.
 
4 - Dourados, sailfish e marlins
 
Estas espécies são o grande desafio da pesca oceânica. Peixes de grande força e peso capazes de proporcionar um embate inacreditável. Seus saltos são emocionantes, muitas vezes ficam inteiros fora d’água agitando a cabeça, e assim permanecem por vários segundos, sustentado apenas pelo seus rabos poderosos. A pescaria de marlins-azuis no Brasil é notável, o maior já capturado esportivamente por aqui, e reconhecido internacionalmente, é de Vitória (ES), e pesou 636 kg. É também da capital do Espírito Santo o maior número de recordes de marlim-branco. Outros lugares, como Cabo Frio (RJ) e especialmente Canavieiras, costa sul da Bahia, são também ótimos pontos.
 
Varas: Aqui os equipamentos recebem uma classificação diferente dos materiais convencionais e são adotados pelos principais fabricantes. Eles são classificados em 20, 30, 50, 80 e até 130 lb. De 20 e 30lb seriam indicados para dourados, marlins-brancos e sailfishes menores, de 30 a 80 lb, para os marlins-brancos e sailfishes e de 80 a 130 lb, para os marlins-azuis, sendo que o último é o mais utilizado.
 
Carretilhas: Os equipamentos são grandes e também seguem a mesma classificação e indicação das varas para cada espécie, em função da resistência da linha de náilon que comportam. Uma carretilha classe 30 lb deve ter tamanho suficiente para conter uns mil metros de linha de náilon de 30 lb (0,60 mm). No caso dos marlins, poderia se supor que, se completarmos uma carretilha 50 lb com mil metros (ou mais) e linha multifilamento 200 lb, teríamos a mesma chance de trabalhar o peixe do que usando as grandes e mais pesadas de 130 lb. A questão é que as carretilhas 130, por serem fisicamente maiores, conseguem imprimir uma resistência no freio, à saída de linha de mais de 40 lb, ou seja, mais de 20kg de peso. Essa resistência extremamente pesada do “drag” é que possibilita ao pescador ter chance de vitória contra um marlim grande. Para os azuis realmente grandes, acima de 200 kg, a carretilha mais usada é a de classe 130 lb.
 
Linhas: Use a resistência compatível com a da vara. É interessante usar um líder bem grosso, de 500 lb ou mais, revestido com dacron para facilitar o manuseio dos marlins ao final da briga, quando finalmente são agarrados pelos marinheiros, para puxar com cuidado o peixe para perto da popa do barco.
 
Iscas artificiais: São um capítulo à parte. Possuem uma cabeça proeminente e saias de borracha bem macias, parecidas com lulas, por isso são muitas vezes chamadas de lulas artificiais. São projetadas para nadar na superfície e mergulhar rapidamente entre uma marola e outra, provocando assim uma pequena esteira de bolhas, que atrai e provoca no peixe o instinto de atacar. O formato da cabeça da isca costuma variar. Pode ser cônica com a frente reta: as chamadas “wide range”, usadas em quaisquer condições de vento e de mar. Outras têm a frente ligeiramente convexa, as chuggers, que servem para criar mais bolhas nas cabeçadas. As “plungers” têm a frente angulada, provocando assim movimentos extras da lula. Já as “jets” têm cabeças de metal menores e com pequenos furos para a passagem de bolhas de ar.
 
Essas cabeças normalmente são feitas de resina poliéster, dura ou bem macia. As mais macias parecem atrair o peixe a tentar uma segunda mordida, caso na primeira ele não seja fisgado, por lembrar a textura de um peixe de verdade.
 
Tanto as cabeças quanto as saias possuem diversas opções de cores e acabamentos. Algumas têm olhos, outras são semitransparentes com “inserts” internos brilhantes, totalmente brancas; outras, pretas. Enfim, os anos de experiência e a tecnologia industrial fazem com que o pescador de marlim tenha muitas opções e passe muito tempo indeciso na frente de uma vitrine de iscas.
 
Fique de olho
 
As unidades de medidas usadas para designar as características das varas são diferentes das empregadas por nós. Elas seguem o padrão usado pelos norte-americanos, sendo o comprimento medido em pés, a resistência das linhas em libras e a capacidade de arremesso em onças.
 
Comprimento: basicamente, o tamanho da vara interfere nos arremessos. Varas mais curtas são ideais para arremessos menos distantes e mais precisos, já as maiores são interessantes para longos lançamentos e proporcionam uma maior alavanca na hora da briga. Vale lembrar que um material menor cansará menos o pescador e que um pé equivale a 30,48cm.
 
Libragem: define qual a menor e a maior resistência da linha que poderá ser usada. Não use uma linha que esteja fora do padrão da vara. Se usar uma mais forte, o pescador poderá quebrar o equipamento ao fazer um esforço maior. Já, ao usar uma linha mais fraca que o especificado, vai atrapalhar o trabalho correto do equipamento; neste caso, a vara não vai envergar o suficiente para evitar o rompimento da linha. Uma libra corresponde a 453 g.
 
Capacidade de arremesso (casting): parâmetro dos pesos que podem ser usados no equipamento. Assim como o caso da libragem, usar um peso acima do especificado pode quebrar a vara e um peso abaixo fará o pescador ter dificuldades para lançar. Uma onça pesa 28 g.
Por Rota do Peixe
Foto: Divulgação