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​Sistemas para depuração de moluscos


Atualmente é possível encontrar diversas opções de materiais, formatos e tamanhos de tanques para cultivo de organismos aquáticos. Em um RAS a dimensão e o formato definirão diretamente o custo de instalação e operação. O objetivo é otimizar a área produtiva e ter o sistema que demande a menor manutenção possível.
 
O processo produtivo dos moluscos bivalves possui características ímpares na aquicultura. O fato de serem animais sésseis e filtradores, permite que sejam cultivados diretamente no mar sem a necessidade de estruturas complexas para a sua produção. A característica de se alimentarem por filtração, faz com que possam concentrar contaminantes provenientes do ambiente onde são cultivados ou coletados.
O consumo de organismos contaminados pode causar doenças, principalmente bacterianas e virais quando são consumidos crus ou com pouco cozimento. A gastroenterite e a hepatite A são exemplos de doenças associadas ao consumo de bivalves. No caso da hepatite A, é estimado que até 70% dos casos dessa doença na Itália sejam associados ao consumo de bivalves. A limitação do risco de doenças pode ser diminuída parcialmente a partir da seleção de áreas de coleta e cultivo com baixos níveis de contaminantes e o uso de sistemas de depuração.
 
A depuração é aplicada em muitas partes do mundo para a remoção de contaminantes microbianos dos moluscos bivalves que estejam levemente ou moderadamente contaminados. Para isso, os animais retirados do mar são mantidos em tanques com sistema de fluxo aberto ou em recirculação, contendo ao menos um método de desinfecção da água. Nessas condições, os animais realizam sua atividade de bombeamento e filtração por um período suficiente para expulsar o conteúdo intestinal contaminado, de modo que os vírus e bactérias patogênicas sejam eliminados.
 
Apesar do tema ainda não ser bem estabelecido no Brasil, alguns fatores são comuns em diversos países quanto à configuração das estruturas necessárias para a realização desse processo. Cito aqui as principais:
 
A água de abastecimento deve passar por método de desinfecção eficaz e dosado (normalmente cloro, UV-C ou ozônio);
Utilização de tanques que permitam a correta limpeza e descontaminação;
Uso de bandejas ou cestos de forma a permitir que os animais recebam boa circulação de água;
Design dos tanques que permitam a separação das fezes, prevenindo a recontaminação dos animais;
O sistema de depuração deve possuir um bom fluxo de água, desinfecção, aeração / oxigenação;
A temperatura deve ser controlada para evitar estresse e desova durante a depuração;
O processo de depuração deve possuir protocolos bastante definidos, com animais da mesma espécie e sem introdução de novos animais no mesmo ciclo.
Apesar do cultivo de bivalves ocorrer no mar, técnicas e estruturas aplicadas nos sistemas de recirculação, permitem o estabelecimento de protocolos definidos de depuração e aumentam a segurança no consumo desses animais. Assim como já ocorreu em outros países, a tendência é que as agências reguladoras, a indústria ou diretamente a pedido do mercado consumidor, passem a recomendar ou exigir protocolos de monitoramento da qualidade de água e do nível de contaminantes presentes nos locais de produção. A partir disso, a utilização de processos de depuração passará a ser mais difundida nos centros de coleta e produção. A equipe da Altamar possui experiência no estabelecimento de protocolos e capacidade de fornecimento de estruturas de diversas capacidades para depuração de ostras e outros bivalves.