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​Startup cultiva algas marinhas para tirar carbono da atmosfera



As plantas marinhas em geral são mais eficientes que as terrestres no sequestro de carbono da atmosfera. E a palavra de ordem hoje no mundo é o combate  ao aquecimento global. A pandemia é passageira, ainda que tenha causado enorme sofrimento, aumento da pobreza, e milhões de mortes. O aquecimento global é uma ameaça que fica. Mesmo se por milagre parássemos de emitir totalmente os gases de efeito estufa a situação não iria melhorar. Apenas deixaria de piorar. Os gases que emitimos permanecem na atmosfera por milhares de anos.  Pensando nisto uma startup cultiva algas marinhas para tirar carbono da atmosfera.
 
Uma startup do Maine, Running Tide Technologies, está  cultivando algas marinhas em um esforço para extrair carbono do ar e armazená-lo nas profundezas do oceano, potencialmente dando ao mundo outra ferramenta baseada na natureza para conter as alterações climáticas.
Os oceanos são o maior sumidouro de gases de efeito estufa. O pesquisador, referência mundial, Enric Sala diz que embora manguezais, florestas de algas e prados de gramas marinhas sejam bons em capturar carbono, o fundo do oceano, repleto de detritos de animais marinhos, é um reservatório de carbono maior e melhor.
De fato, um estudo publicado na revista Science, em 2019, diz que  ‘os oceanos absorvem 1/3 de todas as emissões globais de dióxido de carbono’.
 
Portanto, o processo natural já existe. O que a empresa faz é acelerá-lo. A Running Tide confirma em seu site: ‘estamos desenvolvendo o sistema de remoção de carbono mais eficiente do mundo. Nosso projeto piloto já está em andamento removendo carbono da atmosfera’.
‘Com a ajuda da fotossíntese, das correntes oceânicas e da gravidade podemos usar algas para armazenar carbono nas profundezas do oceano. Este processo natural existe na Terra há milhões de anos, e estamos acelerando isso’.
 
Conheça a Running Tide Tecnologies
Em seu site, no ícone ‘quem somos‘, a empresa explica: ‘Nascida na costa do Maine, a equipe Running Tide experimentou em primeira mão a degradação constante dos ecossistemas costeiros’.
 
‘Histórias de ecossistemas abundantes e as comunidades prósperas que dependem deles evaporaram em uma única geração. Vemos o aumento da temperatura da água, uma perda acelerada de habitats, gramas marinhas e algas marinhas, perda de estoques de peixes e diminuição da qualidade da água. Esses problemas não se resolvem sozinhos’.
 
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 ‘Na Running Tide, estamos envidando nossos maiores esforços para restaurar os ecossistemas mais preciosos e importantes do mundo. Somos movidos pelo desejo de passar um mundo de abundância e estabilidade climática para nossos filhos’.
O processo de criação de algas e sequestro de carbono
“As algas gigantes, ou kelps, são umas das plantas que mais crescem no mundo. Elas puxam carbono em taxa mais rápida de qualquer espécie no mundo”, disse Odlin.
 
Segundo a CNN, ‘Do barco de lagosta reaproveitado de seu tio, ele e sua equipe usam as correntes do oceano para mover as algas para águas profundas, onde podem ser afundadas. A gravidade então coloca as algas sob tremenda pressão impedindo a liberação de carbono’.
 
As sementes são cultivadas em um incubatório e, uma vez amadurecidas, a equipe coloca as algas em boias biodegradáveis. À medida que cresce, a planta eventualmente se torna muito pesada para a boia e afunda no  oceano.
Depois de um certo tempo as algas são colocadas no mar.
“Depois que as algas crescem, a boia biodegradável se dissolve e perde sua flutuabilidade. Então tudo afunda no oceano”, disse Oldin à CNN. “O oceano é um enorme sumidouro natural de carbono”, acrescentou.
 
O processo é engenhoso e tem apoio de pesquisadores. A CNN ouviu Peter Raymond, professor de ecologia do ecossistema em Yale, que declarou: “O positivo para o cultivo de algas é que ela cresce incrivelmente rápido e os ambientes de águas profundas em que afunda têm temperaturas realmente baixas que podem limitar a decomposição de volta ao dióxido de carbono.”
Por João Lara Mesquita
Foto: Divulgação