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Sustentabilidade, tecnologia e adaptação de produtos às demandas norteiam a piscicultura brasileira
Saborosa, de fácil preparo e altamente nutritiva, a tilápia tem conquistado cada vez mais consumidores ao redor do mundo. Isso fica evidente no crescimento expressivo das exportações brasileiras desse alimento, que agora está presente em 40 nações em comparação a 2012, quando eram comercializadas apenas para 12 países. Esse crescimento representa um aumento de mais de 200%.
Nos últimos anos, a tilápia brasileira ganhou destaque no cenário global, elevando o Brasil ao status de um dos principais produtores dessa espécie. Sua carne suave e versátil associada à capacidade de crescimento rápido contribuíram para sua popularidade. Para alcançar qualidade e conquistar paladares, no entanto, práticas de cultivo sustentáveis são fundamentais.
Em entrevista exclusiva ao Jornal O Presente Rural, Altemir Gregolin, presidente do International Fish Congress & Fish Expo Brasil (IFC Brasil), médico-veterinário e ex-ministro da Pesca, a aquicultura se configura como a atividade de maior potencial dentro do setor agropecuário brasileiro, com um crescimento significativo, especialmente no caso da tilápia, que registra uma expansão média de 10% ao ano. Atualmente o país é o quarto maior produtor global de tilápia, ficando atrás somente da China, Indonésia e Egito. “Temos um pacote tecnológico bem desenvolvido, com as principais empresas de tecnologia a nível mundial instaladas no Brasil, com isso avançamos ano após ano nas áreas de melhoramento genético, sanidade, equipamentos e nutrição. Ou seja, dispomos de um pacote tecnológico que vem sendo aperfeiçoado de forma contínua”, enaltece.
Saborosa, de fácil preparo e altamente nutritiva, a tilápia tem conquistado cada vez mais consumidores ao redor do mundo. Isso fica evidente no crescimento expressivo das exportações brasileiras desse alimento, que agora está presente em 40 nações em comparação a 2012, quando eram comercializadas apenas para 12 países. Esse crescimento representa um aumento de mais de 200%. Com a abertura de novos mercados, Gregolin diz que nos últimos três anos inúmeras empresas brasileiras buscaram habilitação para exportar seus produtos. “Abrimos um mercado internacional importante, especialmente os Estados Unidos, além de manter cativo o mercado interno”, frisa.
O Brasil possui 214,3 milhões de pessoas, entretanto o consumo de peixes é, em média, de 10 kg/habitante/ano, evidenciando o potencial de crescimento do setor no país. “A tilápia caiu no gosto do brasileiro, no entanto ainda se come pouco, mas, por outro lado, é um mercado com potencial gigante que ainda podemos explorar. Se fizermos as contas, um quilo a mais de consumo de peixe no Brasil significa em peixe vivo em torno de 500 mil toneladas. E produzimos pouco mais de 860 toneladas de peixes cultivados no ano passado, ou seja, temos um potencial gigante para trabalhar”, menciona, acrescentando: “Para isso é preciso dar prioridade a políticas públicas de estímulo ao consumo no país”.
Tendências do setor aqua
Gregolin destaca diversos aspectos que a indústria de piscicultura no Brasil deve adotar nos próximos anos, atendendo às necessidades de um mercado em constante evolução e cada vez mais rigoroso em suas exigências.
O primeiro aspecto é a sustentabilidade, a qual constitui um eixo central, uma vez que a viabilidade da atividade está intrinsecamente ligada à adoção de práticas de produção sustentável. Nesse contexto, as certificações assumem um papel crucial, no entanto, a produção sustentável transcende isso, uma vez que envolve um modelo de desenvolvimento que harmoniza preservação ambiental, bem-estar social e impacto econômico. “O advento de tecnologias como o QRcode possibilita a rastreabilidade e a reorganização com certificações inteligentes, tornando-se um alicerce que orienta as relações comerciais internacionais”, pontua Gregolin.
A segunda dimensão destacada pelo presidente do IFC Brasil se refere à oferta de produtos no mercado interno e externo. De acordo com ele, a qualidade já não é o único fator determinante na venda do pescado. Em conformidade com as tendências atuais, os produtos devem adotar embalagens ecológicas, com um balanço de 90% de material de papelão acompanhado por uma película fina de plástico.
Além disso, a demanda dos consumidores tem mudado ao longo do tempo, considerando a mudança no perfil das famílias, agora composta majoritariamente por unidades menores e pessoas que vivem sozinhas. Diante desse contexto, a busca recai sobre produtos fracionados e semiprontos, nos formatos mais práticos de 100, 200 ou 300 gramas, protegidas em embalagens que evidenciam o compromisso com a sustentabilidade. “Esse movimento é uma resposta ao desejo crescente por praticidade, uma vez que as pessoas não querem mais perder tempo com o preparo dos alimentos, por isso a busca por produtos fracionados e semiprontos tem crescido a cada ano”, afirma o ex-ministro.
Nos últimos anos, a tilápia brasileira ganhou destaque no cenário global, elevando o Brasil ao status de um dos principais produtores dessa espécie. Sua carne suave e versátil associada à capacidade de crescimento rápido contribuíram para sua popularidade. Para alcançar qualidade e conquistar paladares, no entanto, práticas de cultivo sustentáveis são fundamentais.
Em entrevista exclusiva ao Jornal O Presente Rural, Altemir Gregolin, presidente do International Fish Congress & Fish Expo Brasil (IFC Brasil), médico-veterinário e ex-ministro da Pesca, a aquicultura se configura como a atividade de maior potencial dentro do setor agropecuário brasileiro, com um crescimento significativo, especialmente no caso da tilápia, que registra uma expansão média de 10% ao ano. Atualmente o país é o quarto maior produtor global de tilápia, ficando atrás somente da China, Indonésia e Egito. “Temos um pacote tecnológico bem desenvolvido, com as principais empresas de tecnologia a nível mundial instaladas no Brasil, com isso avançamos ano após ano nas áreas de melhoramento genético, sanidade, equipamentos e nutrição. Ou seja, dispomos de um pacote tecnológico que vem sendo aperfeiçoado de forma contínua”, enaltece.
Saborosa, de fácil preparo e altamente nutritiva, a tilápia tem conquistado cada vez mais consumidores ao redor do mundo. Isso fica evidente no crescimento expressivo das exportações brasileiras desse alimento, que agora está presente em 40 nações em comparação a 2012, quando eram comercializadas apenas para 12 países. Esse crescimento representa um aumento de mais de 200%. Com a abertura de novos mercados, Gregolin diz que nos últimos três anos inúmeras empresas brasileiras buscaram habilitação para exportar seus produtos. “Abrimos um mercado internacional importante, especialmente os Estados Unidos, além de manter cativo o mercado interno”, frisa.
O Brasil possui 214,3 milhões de pessoas, entretanto o consumo de peixes é, em média, de 10 kg/habitante/ano, evidenciando o potencial de crescimento do setor no país. “A tilápia caiu no gosto do brasileiro, no entanto ainda se come pouco, mas, por outro lado, é um mercado com potencial gigante que ainda podemos explorar. Se fizermos as contas, um quilo a mais de consumo de peixe no Brasil significa em peixe vivo em torno de 500 mil toneladas. E produzimos pouco mais de 860 toneladas de peixes cultivados no ano passado, ou seja, temos um potencial gigante para trabalhar”, menciona, acrescentando: “Para isso é preciso dar prioridade a políticas públicas de estímulo ao consumo no país”.
Tendências do setor aqua
Gregolin destaca diversos aspectos que a indústria de piscicultura no Brasil deve adotar nos próximos anos, atendendo às necessidades de um mercado em constante evolução e cada vez mais rigoroso em suas exigências.
O primeiro aspecto é a sustentabilidade, a qual constitui um eixo central, uma vez que a viabilidade da atividade está intrinsecamente ligada à adoção de práticas de produção sustentável. Nesse contexto, as certificações assumem um papel crucial, no entanto, a produção sustentável transcende isso, uma vez que envolve um modelo de desenvolvimento que harmoniza preservação ambiental, bem-estar social e impacto econômico. “O advento de tecnologias como o QRcode possibilita a rastreabilidade e a reorganização com certificações inteligentes, tornando-se um alicerce que orienta as relações comerciais internacionais”, pontua Gregolin.
A segunda dimensão destacada pelo presidente do IFC Brasil se refere à oferta de produtos no mercado interno e externo. De acordo com ele, a qualidade já não é o único fator determinante na venda do pescado. Em conformidade com as tendências atuais, os produtos devem adotar embalagens ecológicas, com um balanço de 90% de material de papelão acompanhado por uma película fina de plástico.
Além disso, a demanda dos consumidores tem mudado ao longo do tempo, considerando a mudança no perfil das famílias, agora composta majoritariamente por unidades menores e pessoas que vivem sozinhas. Diante desse contexto, a busca recai sobre produtos fracionados e semiprontos, nos formatos mais práticos de 100, 200 ou 300 gramas, protegidas em embalagens que evidenciam o compromisso com a sustentabilidade. “Esse movimento é uma resposta ao desejo crescente por praticidade, uma vez que as pessoas não querem mais perder tempo com o preparo dos alimentos, por isso a busca por produtos fracionados e semiprontos tem crescido a cada ano”, afirma o ex-ministro.
A integração da tecnologia e da inteligência artificial nos sistemas de produção é uma tendência global e tem revelado um cenário de avanços expressivos no setor. “A incorporação de tecnologia de ponta aliada à inteligência artificial promove uma maior eficiência e precisão aos processos produtivos, atendendo às exigências crescentes do mercado”, expõe.
Potencial de crescimento
Com uma produção em larga escala de Norte a Sul, o Brasil revela um potencial gigante na aquicultura. “Está em nossas mãos transformar o setor aqua em uma commodity cada vez mais valorizada no mundo, assim como fizemos com outras cadeias do agro brasileiro, a exemplo dos grãos e da carne de frango, suína e bovina”, sustenta Gregolin.
No cenário global, o Brasil figura como protagonista entre os grandes produtores em razão das condições que o país dispõe para oferecer a cadeia um crescimento sólido. Na contramão, a região do Sudeste Asiático, responsável por 89% da produção mundial de aquicultura e atualmente quem abastece o crescente consumo por pescados, deve reduzir sua taxa de crescimento pela metade já na próxima década, segundo as previsões da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Entre os motivos apontados estão a limitação em termos de expansão de área, problemas ambientais e escassez de matérias-primas para rações.
Entretanto, a demanda global por produtos aquícolas segue em trajetória ascendente. Conforme estimativas da FAO, serão necessários mais de 24 milhões de toneladas anuais de peixes para atender à demanda global até 2030, volume que deve aumentar para 50 milhões de toneladas até 2050. “Nesse contexto, o Brasil emerge como um candidato viável, com suas vastas extensões territoriais, recursos hídricos abundantes, clima favorável, diversidade de espécies aquáticas e acesso a matérias-primas para rações. Essas vantagens posicionaram o Brasil de maneira estratégica para contribuir significativamente com o aumento da produção global de aquicultura”, analisa Gregolin, acrescentando: “Temos um grande potencial, seremos grandes, mas para isso é preciso fazer o dever de casa. Ter um modelo de desenvolvimento sustentável é a questão central, porém é preciso também estudar o mercado para produzir conforme a demanda, atendendo aos padrões de consumo que vão se modificando ano após ano e criar um ambiente regulatório para os negócios, com políticas públicas, que estimulem e facilitem o desenvolvimento do setor, que dê segurança jurídica para o setor”.
Fonte: https://opresenterural.com.br/
Foto: Divulgação