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Whey protein, sorvete, sopa em pó… Conheça nichos de mercado em ascensão a base de pescados
Como fonte de proteína, vitaminas, minerais, ômega-3 e com baixo teor de gordura, a inclusão do peixe na alimentação diária contribui para o desenvolvimento muscular, a manutenção da saúde dos ossos, a regulação da pressão arterial, a melhora do humor, da cognição e também para a saúde ocular. No entanto, apesar de conhecer esses benefícios muitas pessoas deixam de consumir pescado por não gostarem do seu sabor e textura, buscando outras fontes de proteína.
Atentos a esse nicho de mercado, pesquisadores e centros de pesquisas estão desenvolvendo produtos à base de pescados, nos quais os peixes processados são convertidos em subprodutos destinados à alimentação humana. Produtos esses que muitas vezes tem sido denominados de produtos ‘sem cara de peixe’. Entre as áreas de estudo está a incorporação de subprodutos de peixe ao whey protein, o queridinho das academias. Isso mesmo a base de peixe. “Durante um congresso realizado no Vietnã, o peixe entrou no contexto da musculação, sendo levantado a viabilidade de desenvolver um whey protein utilizando o pescado como base. Nesse processo, o peixe é transformado em pó de alta digestibilidade após passar por etapas de processamento. Essa abordagem destaca um potencial inovador no campo da nutrição esportiva”, revela o engenheiro agrônomo, doutor em Ciências Ambientais e professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Aldi Feiden, ampliando: “Essa indústria possui um potencial enorme, uma vez que o peixe oferece diversas oportunidades para ser transformado em uma variedade de produtos”.
Em um avanço inovador no campo da biotecnologia alimentar, a pesquisadora paranaense Ana Maria da Silva desenvolveu um sorvete enriquecido com proteína de tilápia. Usando técnicas avançadas, Ana conseguiu liquefazer a carne da tilápia e incorporar à receita do sorvete, elevando seu teor proteico. O ingrediente chave deste produto é o hidrolisado da CMS (carne mecanicamente separada), um subproduto aproveitado da carne remanescente após o processo industrial de filetagem do peixe. “Esse feito não apenas realça o potencial da biotecnologia na gastronomia, mas também indica um caminho sustentável para o aproveitamento integral da tilápia”, afirma Feiden, enfatizando: “O sorvete de tilápia representa uma abordagem dinâmica que combina a nutrição proveniente do peixe misturada com um produto gelado. Esse desenvolvimento reflete uma busca por opções alimentares mais saudáveis, oferecendo uma alternativa saborosa para a obtenção de proteínas e nutrientes essenciais ao corpo. Essas tendências demonstram a evolução contínua do mercado de alimentos, à medida que os consumidores buscam opções que atendam aos seus valores e necessidades nutricionais. A diversificação no processamento da proteína do peixe sugere um futuro promissor no qual a inovação e a alimentação saudável caminhem lado a lado”.
Outro trabalho em desenvolvimento pela pesquisadora é a CMS enlatada, que agrega valor ao produto, e já está disponível para consumo. Ainda é possível, a partir da CMS, produzir fishburguer, almôndegas, empanados, inserir em bolos, biscoitos e outros produtos. Utilizando a CMS, a pesquisadora deseja transformar a tilápia em um pó que possa suprir as necessidades nutricionais de forma rápida e simples, com o desenvolvimento de uma sopa proteica que poderá ser levada até mesmo para a estação espacial. Outra ideia é um concentrado proteico para ser utilizado na substituição do leite para pessoas alérgicas.
Outra área de oportunidade destacada por Feiden é o segmento de embutidos. A exemplo dos suínos, também é possível fazer embutidos à base de pescados. “Embora pouco explorado, já temos inclusive legislação para esse processamento de produto, emergindo como uma tendência para mercados locais e específicos”, menciona o docente da Unioeste.
Mercado halal
O doutor em Ciências Ambientais revela ainda duas tendências emergentes no setor alimentício. A primeira se refere às oportunidades geradas pelo crescimento do mercado halal, segmento que muitas empresas em todo o mundo estão se adaptando para atender, ampliando a gama de produtos e serviços que atendem a esses padrões. Por exemplo, no Paraná, a cooperativa C.Vale direciona cerca de 70% de seus produtos halal para exportação, principalmente para o Reino Unido, e a Copacol também já ingressou nesse mercado.
A segunda tendência está relacionada aos produtos kosher, que atendem às exigências da comunidade judaica, altamente pagadora no mundo inteiro. “De olho neste mercado, muitas empresas brasileiras estão se adequando para atender aos judeus”, salienta Feiden.
Alimentos com certificação de origem orgânica
Em um mundo cada vez mais voltado para a saúde, a sustentabilidade e a consciência ambiental, os alimentos com certificação orgânica ganharam destaque como uma opção saudável e responsável. Produtos com certificação de origem orgânica atestam que esses alimentos foram produzidos seguindo rigorosos padrões de cultivo e processamento que priorizam a saúde humana, o bem-estar animal e a preservação do meio ambiente.
O Paraná planejou que até 2030 os alimentos em escolas estaduais sejam predominantemente orgânicos. Essa meta já estava em discussão em 2018, antes mesmo da nova aprovação do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), evidenciando um foco crescente na inclusão de alimentos de origem orgânica na alimentação escolar. “Recentemente fizemos um levantamento da demanda por peixes nas escolas da região Oeste do Paraná e concluímos que o fornecimento anual chegou a 1kg por aluno. Porém, se considerarmos as escolas dos municípios de Marechal Cândido Rondon, Foz do Iguaçu e Toledo, esse volume é superior, porque as prefeituras tradicionalmente colocam o peixe na merenda escolar”, menciona Feiden.
São atendidos pelo PNAE cerca de 47 milhões de estudantes brasileiros. Feiden diz que se incluir uma vez por semana peixe na merenda escolar, o crescimento do setor será expressivo já no primeiro ano. “Olha o potencial de mercado interno que nós temos. Ao incluir o peixe na merenda escolar estamos formando a cultura do consumo e essas crianças quando adultas vão consumir naturalmente peixe”, estima Feiden.
Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor aquícola acesse gratuitamente a edição digital de Aquicultura. Boa leitura!
Fonte: O Presente Rural
Foto: Divulgação
Atentos a esse nicho de mercado, pesquisadores e centros de pesquisas estão desenvolvendo produtos à base de pescados, nos quais os peixes processados são convertidos em subprodutos destinados à alimentação humana. Produtos esses que muitas vezes tem sido denominados de produtos ‘sem cara de peixe’. Entre as áreas de estudo está a incorporação de subprodutos de peixe ao whey protein, o queridinho das academias. Isso mesmo a base de peixe. “Durante um congresso realizado no Vietnã, o peixe entrou no contexto da musculação, sendo levantado a viabilidade de desenvolver um whey protein utilizando o pescado como base. Nesse processo, o peixe é transformado em pó de alta digestibilidade após passar por etapas de processamento. Essa abordagem destaca um potencial inovador no campo da nutrição esportiva”, revela o engenheiro agrônomo, doutor em Ciências Ambientais e professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Aldi Feiden, ampliando: “Essa indústria possui um potencial enorme, uma vez que o peixe oferece diversas oportunidades para ser transformado em uma variedade de produtos”.
Em um avanço inovador no campo da biotecnologia alimentar, a pesquisadora paranaense Ana Maria da Silva desenvolveu um sorvete enriquecido com proteína de tilápia. Usando técnicas avançadas, Ana conseguiu liquefazer a carne da tilápia e incorporar à receita do sorvete, elevando seu teor proteico. O ingrediente chave deste produto é o hidrolisado da CMS (carne mecanicamente separada), um subproduto aproveitado da carne remanescente após o processo industrial de filetagem do peixe. “Esse feito não apenas realça o potencial da biotecnologia na gastronomia, mas também indica um caminho sustentável para o aproveitamento integral da tilápia”, afirma Feiden, enfatizando: “O sorvete de tilápia representa uma abordagem dinâmica que combina a nutrição proveniente do peixe misturada com um produto gelado. Esse desenvolvimento reflete uma busca por opções alimentares mais saudáveis, oferecendo uma alternativa saborosa para a obtenção de proteínas e nutrientes essenciais ao corpo. Essas tendências demonstram a evolução contínua do mercado de alimentos, à medida que os consumidores buscam opções que atendam aos seus valores e necessidades nutricionais. A diversificação no processamento da proteína do peixe sugere um futuro promissor no qual a inovação e a alimentação saudável caminhem lado a lado”.
Outro trabalho em desenvolvimento pela pesquisadora é a CMS enlatada, que agrega valor ao produto, e já está disponível para consumo. Ainda é possível, a partir da CMS, produzir fishburguer, almôndegas, empanados, inserir em bolos, biscoitos e outros produtos. Utilizando a CMS, a pesquisadora deseja transformar a tilápia em um pó que possa suprir as necessidades nutricionais de forma rápida e simples, com o desenvolvimento de uma sopa proteica que poderá ser levada até mesmo para a estação espacial. Outra ideia é um concentrado proteico para ser utilizado na substituição do leite para pessoas alérgicas.
Outra área de oportunidade destacada por Feiden é o segmento de embutidos. A exemplo dos suínos, também é possível fazer embutidos à base de pescados. “Embora pouco explorado, já temos inclusive legislação para esse processamento de produto, emergindo como uma tendência para mercados locais e específicos”, menciona o docente da Unioeste.
Mercado halal
O doutor em Ciências Ambientais revela ainda duas tendências emergentes no setor alimentício. A primeira se refere às oportunidades geradas pelo crescimento do mercado halal, segmento que muitas empresas em todo o mundo estão se adaptando para atender, ampliando a gama de produtos e serviços que atendem a esses padrões. Por exemplo, no Paraná, a cooperativa C.Vale direciona cerca de 70% de seus produtos halal para exportação, principalmente para o Reino Unido, e a Copacol também já ingressou nesse mercado.
A segunda tendência está relacionada aos produtos kosher, que atendem às exigências da comunidade judaica, altamente pagadora no mundo inteiro. “De olho neste mercado, muitas empresas brasileiras estão se adequando para atender aos judeus”, salienta Feiden.
Alimentos com certificação de origem orgânica
Em um mundo cada vez mais voltado para a saúde, a sustentabilidade e a consciência ambiental, os alimentos com certificação orgânica ganharam destaque como uma opção saudável e responsável. Produtos com certificação de origem orgânica atestam que esses alimentos foram produzidos seguindo rigorosos padrões de cultivo e processamento que priorizam a saúde humana, o bem-estar animal e a preservação do meio ambiente.
O Paraná planejou que até 2030 os alimentos em escolas estaduais sejam predominantemente orgânicos. Essa meta já estava em discussão em 2018, antes mesmo da nova aprovação do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), evidenciando um foco crescente na inclusão de alimentos de origem orgânica na alimentação escolar. “Recentemente fizemos um levantamento da demanda por peixes nas escolas da região Oeste do Paraná e concluímos que o fornecimento anual chegou a 1kg por aluno. Porém, se considerarmos as escolas dos municípios de Marechal Cândido Rondon, Foz do Iguaçu e Toledo, esse volume é superior, porque as prefeituras tradicionalmente colocam o peixe na merenda escolar”, menciona Feiden.
São atendidos pelo PNAE cerca de 47 milhões de estudantes brasileiros. Feiden diz que se incluir uma vez por semana peixe na merenda escolar, o crescimento do setor será expressivo já no primeiro ano. “Olha o potencial de mercado interno que nós temos. Ao incluir o peixe na merenda escolar estamos formando a cultura do consumo e essas crianças quando adultas vão consumir naturalmente peixe”, estima Feiden.
Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor aquícola acesse gratuitamente a edição digital de Aquicultura. Boa leitura!
Fonte: O Presente Rural
Foto: Divulgação